Tuesday, March 14, 2006

Ontem li os jornais. Descobri que precisava fazer uma faxina em mim. Abrir os armários-coração e sacudir as cortinas dos olhos. As páginas higiênicas me fizeram sorrir.
E pela primeira vez, em muito tempo, varri os cantos. Expulsei as baratossauras e lagartixas gigantes do meu passado.
Hoje é dia de faxina. Jogo fora os papéis e fotografias. As retinas ganharão colírio. E a garganta, soro. Hoje não vou ler as revistas. Nem vou atenuar as palavras. Vou amassar o passado. E não vou perdoar minhas críticas. Hoje o dia começa novo. Radiante. Porquê o dono da banca da esquina devolveu os jornais de ontem.


E nada do que foi voltará. No entanto, o que ofertei aos outros, nem a faxina levará.


*Nefertari

3 comments:

Anonymous said...

Sedução

Rubras faces
Rubros lábios
molhados
Caio de joelhos
cai a fina camisola perfumada
Inebriante
mais que o melhor néctar
e sem mais...

Te seduzo!

Abuso,
Lambuzo tudo
com meu arfar molhado
com leite e mel romano
com palavras e defeitos.
Mundano,
Humano...

Te seduzo!

Com carinho.
Delicada porcelana.
te envolvo e te engano.
Há malícia no ar.
A vontade inundando tudo
a nós...
mas ainda não!

Te seduzo!

Seus olhos já não estão em mim.
Estão fechados, advinhando
meus toques.
Suas mãos suadas
Me conduzindo...
... aprendo seu corpo.

Te seduzo!

Cada pêlo
cada poro,
cada milímetro quadrado
dessa tez morena
implorará por mim
E de repente afundo

Reparo, então
que no fim do fundo
não mais seduzo...
Seduzido me confundo,
com você.

Anonymous said...

Amor

Cala-te, a luz arde entre os lábios,
e o amor não contempla, sempre
o amor procura, tacteia no escuro,
essa perna é tua?, esse braço?,
subo por ti de ramo em ramo,
respiro rente á tua boca,
abre-se a alma à lingua, morreria
agora se me pedisses, dorme,
nunca o amor foi facil, nunca,
também a terra morre.

Anonymous said...

"... a sombra entre a mentira e a verdade...
a nuvem que arrastou o vento norte...
Meu corpo!
Trago nele um vinho forte:
Meus beijos de volúpia e de maldade"