Saturday, January 28, 2006


Som de Mulher

Os olhos são o espelho da alma.
E se isso, verdade é,
deixe-os serem a janela,
e veja por um instante
minha alma de mulher.

Vê a borboleta
que em doces volteios
acaricia suave, seus cabelos?

São meus dedos.

Feche os olhos e sinta.
Ao som suave da brisa,
minhas carícias que
vão lhe envolvendo.

Sinta o toque na pele,
que traçando seu rosto
vai descendo mansinho
em direção ao seu peito.

São meus beijos.

Sente o roçar pela cintura,
como asas de libélula voejando?
É minha língua.
Vou adentrando.

Das vestes, já liberto,
sinta o tempo de agosto
que vai molhando seu corpo.

Estou provando seu gosto.

Segure de leve, pressionando,
minhas ancas
transformadas em rédeas,
enquanto vou cavalgando.

Fica assim...
Parado a sentir
o veludo úmido lhe envolvendo.

Você está dentro de mim.

Rápido...
Vem comigo!
Vamos chegar ao fim...

Agora abra lentamente seus olhos.
Sinta a vida transformada
em seiva que de seu corpo flui.

Não me procure.
Como a tarde dessa primavera

Eu já fui...

*Asta Vonzodas


Friday, January 27, 2006













Apenas um beijo

pra que se possa lembrar, acreditar
que essa história não foi assim tão pequena
pra que se possa guardar todo o gozo do gosto
o calor do teu rosto
a força de cada olhar
Esse sentir imenso enche o ar feito incenso
forte presença
esta é minha sentença: te desejei
em cada gota de suor do teu rosto
cada gesto.
Vi nos teus olhos o que queria ser
senti no teu corpo o que queria ter
desejei teu desejo
me perdi no teu passo e pensei
me encontrar em cada abraço


Este teu sorrir me fascinava.
Me sentia feito menina, diante de um presente.
O dia se fazia claro. Qualquer dia.
A noite se enchia de estrelas.Todas elas.
As horas passavam rasteiras. Sem pressa.
Transformava simples palavras em rimas
Tão pobres. Tão tolas. Tão sinceras.
Fizestes do tempo um brinquedo de cordas
e acordavas o sono dos tolos
com acordes vibrantes
com as notas dissonantes de seu gargalhar.
Soava feito um trinado
meio semi-tonado.
Era cantiga, acalento,
Canção de ninar.

Tranqüilo e terno
o que mais me atraia em ti era teu riso,
artéria onde pulsava teu sangue
onde batia em compasso a hora que por ti passava
e nem se notava
a noite que não chegava
e já se ia
a fumaça que antes nublava meu caminho
e o sol que fizestes brilhar em meus olhos por ti.
Hei de lembrar para sempre
todos os teus castelos
teus cantos e recantos
todos os teus encantos que aprendemos a aprender.

Plenitude
O amor que se fez
me fez mulher novamente
corpo e alma.
Sopro de vida em meus ouvidos
rasgo de luz em meu ventre
prazer perpetuando-me as entranhas,
manhas.
Manhãs enluarando-se.
Despejar de vida
sorvida em gotas - puro gozo
gosto de amor feito sem pressa
pétalas de orvalho,
gotas de margarida,
raios de estrela,
noite de sóis amanhecidos.
Braços, bocas, línguas.
Entumecidas.
Arpejos harmoniosos
movimentos sincopados
desejos sincronizados.
Luxúria? Pecado?
Paixão.
Pés, pelos, cabelos.
Pernas trançadas
corpos selados, suados, cansados.
Plenos.

Hoje lembranças apenas.

*Dayse

Wednesday, January 25, 2006


"Esperar dói.
Esquecer dói.
Mas não saber que decisão tomar
é o pior dos sofrimentos."

*Paulo Coelho

E esta longa e interminável espera pela sua (in)decisão vem me corroendo a alma...



Monday, January 23, 2006
























De todas as maneiras que há de amar
Nós já nos amamos
Com todas as palavras feitas pra sangrar
Já nos cortamos

Agora já passa da hora, tá lindo lá fora
Larga a minha mão, solta as unhas do meu coração
Que ele está apressado
E desanda a bater desvairado
Quando entra o verão

De todas as maneiras que há de amar
Já nos machucamos
Com todas as palavras feitas pra humilhar
Nos afagamos

Agora já passa da hora, tá lindo lá fora
Larga a minha mão, solta as unhas do meu coração
Que ele está apressado
E desanda a bater desvairado

*Chico Buarque


























Eu não posso mais ficar aqui a esperar
que um dia, de repente, você volte para mim
Vejo caminhões e carros apressados a passar por mim
estou sentado à beira de um caminho que não tem mais fim
Meu olhar se perde na poeira dessa estrada triste
onde a tristeza e a saudade de você ainda existem
Esse sol que queima no meu rosto um resto de esperança
de ao menos ver de perto o seu olhar que eu trago na lembrança

Preciso acabar logo com isso
Preciso lembrar que eu existo

Vem a chuva, molha o meu rosto e então eu choro tanto
minhas lágrimas e os pingos dessa chuva
se confundem com o meu pranto
Olho pra mim mesmo, me procuro e não encontro nada
sou um pobre resto de esperança à beira de uma estrada

Preciso acabar logo com isso
Preciso lembrar que eu existo

Carros, caminhões, poeira, estrada, tudo, tudo
se confunde em minha frente
minha sombra me acompanha
e vê que eu estou morrendo lentamente
Só você não vê que eu não posso mais ficar aqui sozinho
esperando a vida inteira por você, sentado à beira do caminho

Preciso acabar logo com isso
Preciso lembrar que eu existo

*Erasmo Carlos

Sunday, January 22, 2006






















Tua vontade...
de estar dentro de mim...
num momento somente para perder-se assim

O calor invadindo nós dois...
antes, durante e depois

Vontade de sentir o gosto...
do teu corpo no meu...
da tua língua a me conhecer...
sempre, até o amanhecer

Desejo de fazer loucuras...
minhas mãos nuas a te procurar...
minha boca quente sempre a te sugar

De nada mais ouvir...
a não ser nossos gemidos de prazer...
na mais louca vontade de querer

Sinto tua vontade sim...
de fazer amor num pedido...
de ficar em mim escondido

Enquanto entre línguas...
bocas... suores... tremores...
descobertas... eu aberta...
recebendo este gozo latente...
guardado ficará na mente...
para que momentos mais tarde...
você deseje novamente...
iniciar tudo outra vez...
descobrindo coisas que somente a gente fez

*Lu@



DIGA

diga logo de uma vez
o que você quer de mim
não me torture mais
não me faça mais sofrer
insistindo em me dizer
que pensa em mim demais
quando você fica só
e precisa ouvir a voz
de quem te ama
não suporta a solidão
pega o telefone e então
me chama
e quando eu digo "alô"
fala de amor,
às vezes chora
e mexe com o meu coração
me faz pensar que ainda me ama
e alimenta essa ilusão
que acaba nas semanas que você me esquece
e quando eu penso que esqueci
o telefone entra rasgando a madrugada a enlouquecer
o coração dispara e a mesma história vejo acontecer
e, atordoada, eu digo "alô"
e é você.
diga logo de uma vez
o que você quer de mim...

*Roberto Carlos

Saturday, January 21, 2006



S
ORVETE

derrete,
me escorre na língua.
Mas antes,
te quero duro,
te chupar primeiro,
apoiar na base a língua
te envolvendo
em círculos
de baixo ao começo,
inteiro
provar teu sabor,
envolver-te quente,
derrete... escorre...
me lambuza os lábios
e chupo, enxugo
com língua gulosa
enquanto se desfaz
tua rija forma
no calor da minha.

*Asta Vonzodas

E FALANDO EM FAZER AMOR...



"Fazer amor...

Fazer amor requer arte inconsciente
fazer amor transcende o feio e o bonito
fazer amor requer a alma despida
fazer amor transcende a sexualidade
Fazer amor é ignorar todos os conceitos formais da humanidade
e se entregar como quem se doa a si mesmo
fazer amor não tem vínculo algum
com o lado físico dos seres
fazer amor é divindade.
divindade que advém do mais nobre dom da vida :

a própria vida.

Fazer amor é enlouquecer a anatomia.
não importa a forma.
o que importa é não importar com coisa nenhuma.

Fazer amor é fazer de inconcebíveis palavrões um lindo poema.
fazer amor é fazer do corpo um banquete de sonhos
e fazer da alma o berço do prazer"

*desconheço o autor

Friday, January 20, 2006

De que tamanho é este amor??

...que suporta tudo, que deixa ficar mesmo sofrendo...
De que tamanho é este amor, que te vê indo embora sempre
e ainda assim espera sua constante volta.

De que tamanho seria um amor assim...que não cobra,
que acolhe, que não domina e ainda se culpa,
que sente-se triste com a sua tristeza,
que se desespera no seu silêncio, que se alegra com seu riso.

Quem poderia medir um amor assim,
que comete loucuras para não perder
que se desculpa por amar tanto,
que finge não se importar, só para não magoar.

Um amor que busca você em todas as palavras,
em todos os poemas, em tudo o que vê..
Um amor que vai muito além de simples toque, que sente a alma,
que sente a temperatura do coração, que te conhece por inteiro.

Um amor que só se acalma estando junto,
que espera ansiosamente a sua voz,
o seu olhar, a sua alegria, e não conseguindo:
se mata, se escurece, mas não diminui,
apenas cresce a cada dia mais...

De que tamanho é este meu amor?
Quem poderia medir um amor assim?


*Alexandre Räikkönen


**PS: Olha que essa poesia quase que não sai..rs... Obrigada Bocão!


Thursday, January 19, 2006



Se você quiser eu vou te dar um amor
Desses de cinema
Não vai te faltar carinho,
Plano ou assunto ao longo do dia

Se você quiser eu largo tudo
E vou pro mundo com você, meu bem
Nessa nossa estrada
Só terá belas praias e cachoeiras

Aonde o vento é brisa
Onde não haja quem possa
Com a nossa felicidade
Vamos brindar a vida meu bem
Aonde o vento é brisa
E o céu claro de estrelas
O que a gente precisa
É tomar um banho de chuva.


Ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, aaaaaaai
Ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, ai, aaaaaaai

*Vanessa da Mata










Morango



Roça nos lábios
tua polpa macia
Beijo vermelho
Liberta meu desejo

Vem...
e me sacia...

Morango
(ou qualquer que seja o teu nome)
carne saborosa
paladar vigoroso
quero aplacar minha fome
deleitar-me
do teu sabor prazeiroso
Marca teu gosto
rola na boca
enrosca na língua
remodela tua forma
em busca da minha
O doce dessa carne viva
o licor que a boca suga
Deixa que a avidez enxuga
o coquetel da fruta e da saliva
Mas antes que eu descubra
o prazer delicioso
na tua cor rubra
o néctar do gozo
escapa da mordida
de dentes famintos
excede tua pele sensível
explode quase inesperadamente
murcha suave e lentamente
fluindo com lascívia
deixando com malícia
o sumo que pelo queixo escorre...

*Rejane (Mel) Britto Ravizzoni

in "Morango" - Fresa

A seu favor

Deu pra comparar prazer,
e eu entrei nem sei porque
Peguei carona na ilusão
sequei de tanta servidão
Ah como eu tentei,
mudar dizer que não,
quis andar
Mas o chão se abriu,
Traçando o seu perfil
Foi cedendo ao seu favor
Me dei, e o sonho se quebrou
busquei, e a gente se entregou
Ah como eu pequei,
cacei a própria dor, quis gritar
Mas a voz surgiu na forma de estrela cadente
Calei seu gemido profano indecente,
rasguei teu disfarce de amor
Doeu, você sentiu, mas não sangrou
doeu, você sentiu, mas não sangrou

*Jorge Aragão

Wednesday, January 18, 2006

















Me faça uma pergunta
Que eu nunca ouvi
Que eu te dou uma resposta
Que eu não sei

Sonhei com você
Mas não vi seu rosto
Acordei com o gosto
Do que eu não provei

É só mais um dia de sol
E ninguém quer saber
Se eu tenho alguma queixa
Em todo lugar existe alguém
Querendo o que não tem
Toda hora alguém perde a cabeça
Esqueça

Me diga alguma coisa
Que eu possa amar
E guarde os espinhos
Com você

A vida pede provas
Que quem ama dá
E só meias palavras
Não vão resolver

É só mais um dia sem sal
E ninguém quer saber
Se eu tenho alguma queixa
Em todo lugar existe alguém
Sofrendo por alguém
E esse alguém também já perdeu a cabeça
Esqueça
E apareça

*Marina Lima



"Nessa hora de desassossego

meu amor te procura e

tropeça no espaço perdido da vida...

Meu verso agoniza em busca de você

e te persigo através dessas linhas,

imaginando-te em meus braços

te dando o meu beijo quente,

dizendo tudo que a gente não diz

quando sente..."


*Sônia Palone

Tuesday, January 17, 2006


"Descobri que te amo, naquele momento em que a tristeza me bateu à porta e me deixou sem saída. Descobri que te amo, na ausência de tudo que não tivemos, e não realizamos. Descobri que te amo, nas coisas que queria te dizer, mas que tu não estavas para ouvir. Descobri que te amo, nas angústias de tua ausência, nos ciúmes contidos e incontidos, nas frases disfarçadas pelo riso.
E assim, descobri que te amo, que te quero,
Acima de qualquer coisa..."



Sunday, January 15, 2006














Foram-se os amores que tive
ou me tiveram: partiram
num cortejo silencioso e iluminado.
O tempo me ensinou
a não acreditar demais na morte
nem desistir da vida: cultivo
alegrias num jardim
onde estamos eu, os sonhos idos,
os velhos amores e seus segredos.
E a esperança que rebrilha
como pedrinhas de cor entre as raízes...

*Lya Luft*





"Poderíamos voltar naquele mesmo momento em que eu conseguia alcançar a Lua e embrulhada pelos meus desejos te daria e junto a ela muitas noites, tardes e manhãs. Sentaríamos em frente a ela e eu poderia falar do mais fundo que existe em mim.
Colheria então arrepios dos teus olhares.
Cantaria uma canção de ninar e veria seu adormecer.
Nos perderíamos por entre seus sonhos e seriamos então eu, você e a Lua vivendo uma tentação tão grande e absoluta, um desejo de corresponder de forma tão doce que quando a escuridão viesse começaríamos tudo outra vez, se preciso fosse meu amor."

*Marcela


Friday, January 13, 2006


Case-se comigo
Antes que amanheça
Antes que não me apareça tão bom partido
Case-se comigo
Antes que eu padeça
Case-se comigo
Eu quero dizer pra sempre
Que eu te mereço
Que eu me pareço
Com o seu estilo



É ESTRANHO...

Estranho é acordar pela manhã
No silencio do meu quarto
E lembrar que estou só
Que seu amor já não é mais meu
Estranho é a mente carente
Tentar aceitar isso tudo
Mas o coracão não deixar
Estranho é a voz se calar
Quando ao mesmo tempo
Quer gritar...amo você ainda
Estranho é a vida da gente
Quando os lábios perdem o sorriso
Os olhos perdem o brilho
O coracão descompassa
Estranho é a noite chegar
E não ter mais luar
Estranho são as estrelas no céu
Não mais brilharem
Estranho...é estranho
...muito estranho é ainda
Tentar sufocar a dor
Fazendo poemas de amor....

*Vaco Wau

Thursday, January 12, 2006
























Inexistente fim

"... Encerre todas as questões
E me livra de ti amor...
Deixa-me apenas como lembranças
neste teu peito insensato...
Faça-me o teu pior momento, mas,
lembre-se que ele já foi o teu melhor...

Não tente se esconder da verdade que vaza
Nas noites insanas...
Nas luas claras...
Na conversa com as estrelas...

Não me mate de uma vez

Deixa que em ti eu morra
Suavemente ...
Como a madrugada
Ou a chama da vela..."

*Sonia Palone
















AMOR PROIBIDO

eles vivem solitários
tal bago de seda
ou traço de vida

sons perdidos
dum acordeão repleto de paixão
ouvem-se ao longe

perto,
luzes entrecortadas
aninham-se em carinho
ternura escondida feita mistério

eles amam
envoltos em panos escuros
bebendo o líquido da aurora
fantasias douradas que brilham

em redor
olhares famintos
cinzam-se de fervor acetinado

cheias de expectativa
palavras erradas cortam o sonho
prenúncio de canto incompleto

dá-se o fim
aberto à loucura.

*Rita Sá


"Em nome da tua ausência
Construí com loucura uma grande casa branca
E ao longo das paredes te chorei"



Wednesday, January 11, 2006




Incoerência...

Quando acabamos assim
exaustos e perdidos
depois de tanto tempo
que passamos a nos rasgar um ao outro
a nos ferir descontroladamente
sem piedade nem espanto
sem amor nem ódio
que te vejo melhor dentro de mim
que te sinto mais sangue nas minhas veias
que te sei mais metade do meu todo
e que te amo sempre
no meio de todo este ódio
que guardo por nós.

*Rita Sá

"Tenho fome de vida viva.
De ouvidos que me escutem
no sussurro da angústia.
De olhos que me leiam
nas entrelinhas de inúteis explicações.
Dos andarilhos de Plutão
que me queiram explorar os veios,
desvendar meus mistérios escuros
e saber de mim
o que eu ainda não descobri
.
Da alma cética,
metade da minha,
que compreenda o que não falo
porque já sabe o que sinto."


Na madrugada, olhando estrelas
Parece que eu ainda estou sonhando
E nessa hora esqueço o tempo
E tanto sentimento me faz renascer

Você dormindo, olho seu rosto
Você parece ainda tão menino
E sem cuidado deito a seu lado
Talvez porque eu te queira despertar amor

E tudo o que eu disser são palavras só
Os abraços que eu te der são gestos só
E em sonhos e emoções nós dois a sós
O amor então se faz maior em nós

Eu tenho estrelas, eu tenho sonhos
Eu tenho tudo quando estou te amando
E esse desejo é corpo e alma
Por isso não se acalma numa noite só

E em cada despertar
Eu quero te encontrar
E amanhecer
No nosso amor

*Roberto Carlos

Tuesday, January 10, 2006



Você não imagina o que imaginei pra nós
transas nos lugares mais insólitos
poeira, estrada, bebedeira, arame farpado
sexo, cheiro azedo, línguas inquietas
ninguém é dono de ninguém, ninguém é
de ferro
suspense, tudo muito suado, berros,
vertigem
e uma gargalhada lá no finalzinho da
história
ao nos vermos no espelho, casados.

*Marta Medeiros*

Monday, January 09, 2006


Guardei-me para Ti

Guardei-me para ti como um segredo
Que eu mesma não desvendei:
Há notas nesta guitarra que não toquei,
Há praias na minha ilha que nem andei.

É preciso que me tomes, além do riso e do olhar,
Naquilo que não conheço e adivinhei;
É preciso que me ensines a canção do que serei
E me cries com teu gesto
Que nem sonhei.


*Lya Luft*

Canção de um desencontro


Deixa-me errar alguma vez,
porque também sou isso: incerta e dura,
e ansiosa de não te perder agora que entrevejo
um horizonte.
Deixa-me errar e me compreende
porque se faço mal é por querer-te
desta maneira tola, e tonta, eternamente
recomeçando a cada dia como num descobrimento
dos teus territórios de carne e sonho, dos teus
desvãos de música ou vôo, teus sótãos e porões
e dessa escadaria de tua alma.

Deixa-me errar mas não me soltes
para que eu não me perca
deste tênue fio de alegria
dos sustos do amor que se repetem
enquanto houver entre nós essa magia.

*Lya Luft

Sunday, January 08, 2006



A tua insensatez para mim é um catavento,

Cheio de nominalidades intensivas,

A me soprar teus adjetivos e tuas ausências,

Num vento quente e seco a me roubar o fôlego,

Tudo rodopiando numa espiralidade que nunca sei ...

Mas nos teus olhos vejo as aspas com que me contornas,

Todas as vezes que me defloras ao declamar o teu amor,

Minha nossa não sei o quê...mas os teus significados

São assim tão delicados e ao mesmo tempo tão interrogativos,

Que fazem dos meus intervalos um hiato quase que definitivo.

*Mangelsouza*


Friday, January 06, 2006

Saudades de um sonho...

















...Quando meu coração sente saudades...
É sempre para lembrar de não te esquecer....
Mergulho no abismo do tempo...
No amargor das distâncias...
No desespero de perder o tudo...
Que nunca foi nada...
Seus olhos a prescrutar minha alma...
Conspirando contra a razão...
Renascendo das cinzas do que matamos...
Mergulhando na saudade
para poder assim te ter...

*Maga*


"Te queria comigo, numa viagem ao desconhecido de mim, que me levasse até dentro do meu mais profundo "eu". Te queria junto, explorando meus cantos escuros e também colhendo as flores exóticas que existem em alguns dos meus jardins. Te queria contemplando comigo minhas paisagens amenas e ter teu colo me acalentando quando o breu das minhas tempestades se misturasse com o vazio do meu olhar. Te queria na platéia, sentado ao meu lado, rindo do meu tolo palco-criança e depois correr contigo pelos bastidores que se escondem atrás das minhas máscaras que gargalham... descobrindo quantas lágrimas elas podem guardar num sorriso. Te queria junto, no meio das minhas tristes canções de alma, dedilhando cada instrumento dessa sinfonia que faz o milagre da minha vida. Te queria... porque teu colo é quente e acolhedor. Porque tua voz é doce e teu olhar cúmplice. Te queria... mas não te posso levar comigo. Essa viagem fazemos sozinhos. Então eu vou... estou indo. Espere por mim que eu volto no galope da minha pressa de ti... trazendo a flor mais rara e bela, embrulhada no meu amor que é só teu."

Wednesday, January 04, 2006


"Havia muito amor ... total identificação...
tínhamos em nossos olhos um instintivo pacto...
de eterna paixão coração sempre presente ...
muita emoção pensávamos da mesma forma... vivíamos felicidade
encontramos um rítmo descontraído
tínhamos um compromisso... com a verdade e somente com a nossa consciência
convivíamos perfeitamente num encaixe pleno preferências de carinho... atenção
tudo se multiplicava quanto mais fazia ... melhor
sentia meu batimento... sua pulsação o seu... licor... o meu... nossos toques... muito tesão
não sentíamos as horas passar nem os dias... os meses voavam
nunca faltava nada
todas as sensações se somavam
imaginação fértil... vibrávamos
gozava a vida... gozávamos em abundância
explodíamos de alegria
tirávamos dela muita beleza
sorria sempre sorria minha vida... sua vida ... nossas vidas
parecia que nunca acabaria...
e nunca acabará nunca acabou...
houve uma pausa ... haverá
não consigo dimensionar
será longa... certamente continuaremos...
obviamente quando nossos caminhos se cruzarem...
novamente não lembraremos de nada que aconteceu por aqui
ardidas ficarão as feridas...
guardadas intuitivamente...
invertidamente serão cobradas as dívidas de outrora e tudo será pago...
que pena... novo encontro... novo sofrimento
quanto mais dor... desconforto... menos amor
até lá... até um dia... queira ou não... até... uma outra dimensão... uma outra vida... nossas vidas... nosso amor... eu e você..."

Tuesday, January 03, 2006


Cada vinda sua,

meu amor,
Faz em mim aparecerem emoções desconhecidas.
Sua chegada é minha libertação.
Não me entrego.
Integro-me.
Não me perco em você.
Encontro-me.
Não tenho fantasias.
Vivo a realização.
Amo seu amor.
Amo ser seu amor.
Amo amar você.
Sou amante quando seus braços me circundam.
Sou amante quando seus beijos acendem mais desejos.
Sou amante quando me ofereço e tenho minha loucura atendida.
Calmaria nosso depois do amar.
Saudade que começa a se instalar.
Quero reter em mim seu coração,
Sua língua,
seu pênis,
seu tesão.
Então a lucidez se estabelece
E vejo que pedaços seus não posso ter,
Pois quando se vai,
nada de mim resta,
Vou inteirinha em você.

*Magda Almodóvar

FALAR DE AMOR



















Falar de amor é falar de você, de instantes que ninguém
compreenderia... é sorrir, brincar, brigar e,
logo depois, estar junto...
Falar de amor é lembrar de você... fala-se de amor
com o toque, a magia do olhar, as lágrimas de
saudade deslizando sobre o sorriso ao lembrar do riso seu...

Falar de amor é pensar em coisas simples... é querer dividir,
somando e ao somar, dividir... é rir por qualquer coisa,
partilhando o mesmo sanduíche e a mesma coca-cola...
Falar de amor é querer sentir o seu beijo...
é sentir você e jamais saber quem é quem...
se você sou eu ou se eu sou você...
Falar de amor é compreender
que nem tudo é possível ou perfeito...
mas que podemos e devemos sonhar com o impossível
e sabermos que para o amor
não existe essa história de perfeição e imperfeição...
Falar de amor é falar de ser feliz...
é lutar por um ideal sabendo que, no começo, meio e fim, há você...
Falar de amor é não falar...
é sentir cada momento como um ritual...
Falar de amor é esperar...
sem querer saber se as horas passam devagar ou depressa...
é simplesmente esperar por quem sabemos que nos espera...
Falar de amor é entregar... uma entrega total, livre,
sem medo de se perder no ser a quem se ama...
pois é nele que nos encontramos, a viver...
Falar de amor é conjugar o nós...
não existindo o eu ou o você...

*desconheço o autor*


Que meu desejo ... te contagie
Que você conte minutos, horas, dias...
que enlouqueça, como eu ...
Padeça dessa loucura insana...
De te querer agora!!!!!!
Que guarde beijos
Abraços
Desejos...
Pra esbanjar comigo....
Que você escreva poemas pensando em mim..
Me ligue, só para ouvir minha voz ...
Falando de saudades...

Morra de arrependimento
de não ter me beijado mais...
De não ter dormido comigo....
Que você padeça desse mal,
Dessa paranóia de esperar ansiosamente... tudo!!!
Te condeno a ouvir 2.000 vezes o CD de Ana Carolina
Pensando em mim....
Que você morra de medo de falar meu nome sem querer
De tanto... tanto... pensar.... em me chamar....
Assim como eu tenho feito com você...

Que você sinta na pele a dor de não receber....
Palavras... poesias....
Que "Exagerado" de Cazuza seja um hino a seguir...

Mas como posso te condenar???
Se nossas realidades são tão distantes....
Se nesse seu mundo corporativo,
Não tem espaço para voar...
Te dou minha insensata loucura... minha poesia...
Mas não posso esperar o mesmo de você...
Não posso querer que você venha a me amar

O amor é mais que isso...
O amor é minha realidade,
E você é apenas uma fantasia...

*Maga*


Monday, January 02, 2006


"Sou guerreira... sou mulher,
Sou feiticeira... tu me queres,
Sou menina... sou faceira,
Sou tua... nua por inteira.

Sou fogueira que aquece,
Quando adormeces,
O teu coração,
Perdido de desejos,
Envolto em segredos,
Queimando de paixão.

Vejo-te de olhos cerrados,
Sorriso apertado,
Pensando no amor,
Pensando na dor.
Nas lutas e nas trincheiras,
Eu sou puro calor,
Rolando nas ribanceiras,

Na cama sou despudor...
Sou menina... sou mulher,
Mas também sou o Amor.
Estamos de amores perdidos,
Mas é um amor proibido
Um amor reprimido,
Mas estamos sempre despidos,
Na nossa alcova sombria... fria,

Mas sem ela o que seria...
Dos nossos sonhos vividos,
Dos nossos sonhos pensados,
Dos nossos pecados,
Tão desejados.
Nossos sonhos sonhados,
Jamais serão domados,

Porque sou louca,
Sou insana,
Sou profana,
Sou Mulher...
Mas não sou uma qualquer,

Sou aquela que tu queres,
Ter sempre no coração,
Noite e dia,
A vida inteira,
Como tua companheira,
Sempre te dando emoção,
Tirando-te a razão,
Roubando teu coração.

Eu sou quem tu queres,
Sou tua... Menina Mulher."

*Desconheço o autor*


Sunday, January 01, 2006


"E depois de uma boa noite de sono percebi que não vale a pena ficar dando soco em ponta de faca. A intensidade com que tudo aconteceu talvez seja o motivo do meu não desprendimento [ainda]. De nada me arrependo e vivi momentos inesquecíveis. Só que não posso mais ir a busca de algo que se perdeu em algum lugar dessa vida. São coisas que só precisam ficar certas pra mim, porque pra você já está. E sinceramente estou cansada de dançar no escuro e não conseguir trocar um passo sequer. Tenho uma sensação aqui na alma que a partir de hoje tudo vai ser diferente. E hoje acordei tranqüila apesar de tudo. Com a boca amarga por tentar mais uma vez, mas pela última vez. Porque existem certos momentos em que você percebe atitudes contrárias das quais jamais seria capaz, mas fizeram com você. Depois uma indiferença antes impossível e agora fácil como água que escorre pela garganta. Em alguns minutos percebi que estava tentando viver um sentimento sozinha, tentando trazer pra perto alguém que já esta longe desde o começo. Água de torneira não volta e palavras mordazes cravam na alma. E eu tenho o livre-arbítrio pra escolher meu caminho, como todos têm. Porque aprendi que quem ama nessa vida às vezes ama sem querer. Mas a vida não pode ser só isso e não é. Existem possibilidades infinitas. E me fortaleço quando penso em carinhos arrebatadores. Em gente mágica que faz que meus dias não sejam apenas lamentações [porque não é]. E é pra gente assim que me dou de graça. E quero todos dentro do meu novo mundo, ouvindo quando for preciso e me aceitando assim sem precisar explicar nada ao coração. Isso eu chamo de carinho gratuito." Pior do que a falta de decisões é criar expectativas no outro e frustrá-las quase que instantaneamente...