Tuesday, February 28, 2006



















"Tu inspiras os meus dias
Alojas-te no meu pensamento
E sinto a tua presença, sempre...
A cada momento
Tenho o desejo do teu beijo
Meu corpo chama o calor do teu
Procuro o ninho do teu abraço
A caricia da tua alma
O toque da tua pele...
E numa torbulência de sensações
Consegues enlouquecer-me
Consegues devolver-me o sorriso...
Com os gestos mais simples
Como uma carícia que beija a pele
Como a brisa que chega suave
E se transforma...
Se transforma num mar alto de desejo...
E levas-me... levas-me apenas...
Levas-me a desejar-te
Levas-me a desejar que as horas passem
Que os dias voem
Que o momento aconteça...
E é nesta altura que queria que as horas parassem
Que o mundo parasse de girar
Que tudo se perlongasse
E o amanhã não mais chegasse... "


Vais ficar assim, dentro de mim, algo torto, meio morto, como um espinho que a pele não rejeita, cobre de tecido e com o tempo, a gente nem sente mais. Vais ficar silente e imóvel, como uma jóia perdida no mar, enterrada na areia, de resgate impossível. Vais ficar esquecido como um poema escrito em um caderno em desuso, metido no fundo de uma caixa qualquer, dentro de uma estante no sótão. Vais ficar inerte e seco, como uma rosa prensada dentro de um diário antigo. Uma ameaça inócua e longínqua. E não vou mais lembrar de ti, e não vais mais doer, e meus olhos não serão mais fonte das lágrimas com teu gosto, e não vou mais gritar teu nome, nem amaldiçoar tua casa. Não vou calçar mais teus sapatos, meus dias não serão mais sombras dos teus sóis, não vou mais acordar à noite sentindo tua presença ao meu lado. Até que alguma onda revolva a terra e vomite na praia o teu tesouro, até o dia que a pele inflame e o espinho coloque a ponta para fora, até o dia em que um poema, uma música ou a vida, por qualquer crueldade dessas que ela é especialista, te arranque de lá e te esfregue na minha cara, para minha imensa vergonha. Então me surpreenderei com o quanto consegui me enganar e por quanto tempo.

*Ticcia

Monday, February 27, 2006


Do Dicionario Houaiss - Máscara : (sf) peça com que se cobre parcial ou totalmente o rosto para ocultar a própria identidade (TEAT) peça desse tipo com que os atores cobrem o rosto para caracterizar o personagem que representam... expressão que o ator imprime ao rosto em suas caracterizações... (FIG) semblante que não corresponde ao verdadeiro caráter da pessoa, falsa aparência, pose, etc.



Carnaval

Nossas bocas costuradas, ponto a ponto, com o fio delgado, transparente da baba do engodo...
Capuzes pálidos de um medo compreendido, mais nunca explicado, desfilam
Cantando que o samba não tem cor...
E louvamos a liberdade em enredos, enquanto, que ao nosso lado, as sombras
Tremeluzentes de todos os nosso avós, lutam para avivar, em nossa memória distraída,
A chaga da sempre diária quarta-feira de cinzas...
Precisamos sim, pendurar atrás da porta essa fantasia transada de paciência que escora
Com alegorias os nossos abrigos febris até fevereiro do próximo ano...

*Paulo Colina


Saturday, February 25, 2006


"Toca-me
com tua urgência.
Esculpe, em mim,
o teu desejo, essa tua fome,
que bem conheço.

Eu me faço ampla,
plena de sentidos,
para que me decifres inteira.
Faço-me pequena,
para que possas conter-me.

E, nesse teu toque, viro poema, sussurrando as palavras
que nunca, antes, entreguei-te.

Em troca, quero tua delinqüência,
teu desacato aos pudores.
Quero toda a vastidão do teu sentir.
Quero tua sede, fogo, fagulha, um poema de luz
- teu desejo-
trespassando-me, desnudando-me, traduzindo-me inteira.

Rabisca na minha pele arabescos de arrepios;
Desgoverna os meus rumos;
Desvenda os meus segredos;
Arrebata os meus pudores;

Despe-me desta casca casulo
de segredos em que me guardo;
Cala o meu grito com a tua boca…
inunda-me,
mas inunda-me sempre
que tenho tanta sede..."

*desconheço o autor

*Contribuição da Nana linda...

O AMOR E O OUTRO



Não amo
............... melhor
nem pior
do que ninguém.
Do meu jeito amo.
Ora esquisito, ora fogoso,
às vezes aflito
ou ensandecido de gozo.
Já amei
...............até com nojo.

Coisas fabulosas
acontecem-me no leito. Nem sempre
de mim dependem, confesso.
O corpo do outro
é que é sempre surpreendente...

*Affonso Romano de Sant'Anna




Canção na plenitude



Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas,
sou uma estrutura agrandada pelos anos
e o peso dos fardos bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria apenas ser amada.

Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor,
com mais paciência e não menos ardor,
a entender-te se precisas,
a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.

Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.

*Lya Luft

Friday, February 24, 2006

"Vontade De Você...
Hoje me deu vontade de escrever
Escrever não sei o quê, mas pra você
Hoje me deu vontade de te abraçar
De me perder em teus braços
De me envolver em abraços
Hoje me deu uma grande saudade
Uma enorme vontade
De me fundir em você
Hoje me deu um imenso desejo
De te amar
De me soltar
Hoje eu queria você
Queria viver somente com você,
Por você...
Hoje eu só queria teu calor
E me entregar ao cansaço
De uma noite de amor
Hoje eu queria ver teu rosto
Sentir o suor no teu corpo esgotado de amar
Hoje eu só queria dizer...
Que te quero muito!!!
Quero sentir seu corpo quente sobre o meu,
suas mãos me acariciando,
seus beijos, seu desejo....
VOCÊ! "


Thursday, February 23, 2006


Eu não vou te perdoar
E nem vou amenizar
Nunca mais a tua dor
Eu assumo ser mortal
Pra não ter que carregar
Tua máscara boçal

Se hoje eu tenho a língua afiada
Se acabou de vez o teu domínio
Se nos meus pés eu trilho minha estrada
Se fiz da minha vida
Minha eterna namorada


É que eu moro num casebre de prata
E você no teu castelo de farsa


Que o vento carregou...


*Isabella Taviani



















"Um corpo que deseja um toque, um contato, o tato de sua mão, de sua boca, desvendando, descobrindo e deixando em cada poro um susurro de prazer... Enquanto espero a hora mágica sem máscara, sem disfarce, na face, toda a sede de você..."



Wednesday, February 22, 2006

























Vou te caçar na cama sem segredo
E saciar a sede do desejo
Deixar o teu cabelo em desalinho
E me afogar de vez no teu carinho
Quero ficar assim por toda a noite
A copiar teus traços lentamente
Deixar pousar meu beijo no teu corpo
Deixar que o amor se faça mansamente
Vem ficar comigo no abandono desse abraço
E adormeça no meu peito teu cansaço
Que é tão difícil um momento pra nós dois
Vem e traz contigo essa paz tão esperada
Faz dessa noite uma eterna madrugada
E só desperte quando a vida adormecer

*Isabella Taviani
























Eu não vou mais vendar meus olhos
Pra não ter que ver o que realmente é você
Eu não vou mais calar a minha voz
Pra não te magoar por medo de te perder
Eu não vou mais me esconder dessa gente
Me trancar num quarto quente
Se eu quiser gozar com você
Eu não vou sorrir quando tudo me faz chorar
Só pra me iludir que a felicidade em mim está

Eu quero a terra o ar
Eu quero a noite e o dia
Eu quero a brisa e o temporal
Eu quero a água quente ou fria
Eu sei que a morte chega um dia
Mas em mim há tanta vida
Então Deus vai... me mostrar a saída pra essa dor
Sem medida esse meu amor

Eu não vou mais me menosprezar
Me diminuir e assim me recolher
Eu não vou mais abrir as minhas pernas
pra você me penetrar em busca do seu egoísta prazer
Eu não vou mais tocar na mesma tecla
Desse piano mudo, eu sei que assim eu só me iludo
Eu vou mudar de instrumento
Eu vou bater aquele surdo dentro da minha cabeça
Que é pra ver se eu escuto

*Isabella Taviani

Tuesday, February 21, 2006




















FULGAZ...

Não venha.

Não me ponha em sua boca
E nem me amasse com sua língua.
A sua dúvida e certeza
Não me pertencem
E por isso não me afligem.
E tudo que você fala
Eu nego e afirmo,
Pois sou irreal.
Pertubo, almoço e
Desato o seu tino.
Laço-me feito feitiço
Trazendo à você delírios.
Roçando sem pudor
A boca, pêlos e cílios
Sobre o seu corpo quente
Que se desfaz por não saber
O que é utópico
E o que é o meu sexo.
E por saber que tudo
Que faço é fugaz...
Na medida para devorá-lo
E no instante exato deixá-lo
Num canto qualquer
Com a presença do meu cheiro,
Com sede insaciável dos meus beijos...

"Se deseja... peça!"

*Dani Kaya

Monday, February 20, 2006

Tantos tipos de amor tenho visto por aí...

Amores fracos, desnutridos de coragem; amores fortes, que atravessam muitas barreiras, mas que em certo momento tropeçam numa pequena pedra, caem e não conseguem mais se levantar.
De tantos e todos os tipos de amor que conheci,houve um que jamais esquecerei: o amor incondicional, aquele que existe apesar de,e que atravessa qualquer tipo de tempestade, tropeça em muitos obstáculos e mesmo assim não deixa de existir; não altera a sua rota, não diminui a sua dimensão, não perde o seu peso, não permite que o seu brilho seja ofuscado.

Só ama incondicionalmente quem é possuidor de uma alma grande, e esse tipo de alma normalmente é acompanhada de um espírito de luz.
Amar assim é não viver subjugado a "mas..." e "poréns...", é não ter critérios para doar esse amor, é não exigir troca e abrir mão de reciprocidade.

Quando se ama incondicionalmente tem um espaço dentro do cérebro que fica reservado em definitivo para que nas vinte e quatro horas do dia o pensamento não se afaste do objeto desse amor. Já no coração, não existe um espaço designado para guardá-lo, porque ele é todo esse amor, vivenciado e sentido enquanto ele bater.

Amor incondicional não tem orgulho de nenhuma espécie.

Não se envaidece de sua capacidade, nem de sua força, não tem necessidade de alardear a sua existência, nem demonstrar o seu imenso universo, ele é simplesmente um amor humilde, puro e despretensioso e justo por isso se torna grandioso.
Corações que vivem esse tipo de amor, são generosos, eternos, mesmo depois que param de bater, são sublimes e por isso conseguem guardar dentro deles tanta ternura.

Amor incondicional não faz de conta que é, não se obriga a desistir de si mesmo, não precisa viver de fantasias, nem andar travestido de ilusões para prosseguir o seu caminho. Esse amor do qual estou falando é por si só inteiro, não agoniza e muitas vezes inexiste aos olhos dos outros, mas quem ama incondicionalmente, sabe a receita exata de como vivê-lo sem dores.

Felizes daqueles que despertam essa maneira de amar em alguém, esses sim, têm motivos de sobra para se orgulhar por terem conseguido atingir de forma tão especial um coração carregado do mais puro dos sentimentos.

Amor se torna incondicional quando ele já se acomodou dentro do peito, já se conformou com a estrada que terá que percorrer e já não há mais possibilidade de derrapar em nenhuma curva desse caminho, nem ser atropelado por qualquer dúvida.
É quando também, o que ficou para trás já não importa e o que está por vir não vai mudar nada.

O amor incondicional é aquele que doa o melhor de si, mesmo que esteja recebendo o pior de alguém, porque ele não depende de ser querido, nem de ser aceito e não esmorece se for ignorado.
Esse amor é daqueles amores que no passado já sangraram muito, latejaram, abriram enormes feridas, mas que ainda assim não deixaram marcas nem cicatrizes, porque a partir daí, resplandeceram e passaram a viver em eterno estado de graça até o instante que se eternizaram.

O amor incondicional não corre atrás de sonhos impossíveis, não precisa disso.
Ele já é maduro, há muito deixou de ser adolescente, e envelhecer também não está nos seus planos, porque o amor que se torna velho, é um amor cansado, desgastado, exaurido.
Já o incondicional é e sempre será, ativo, independente, coerente, auto-suficiente, porque se reserva o direito de ser solitário e ainda assim completo e realizado, porque reside nele a certeza de sua inocência,pureza e sinceridade.

Existe um encontro marcado entre o amor incondicional, a glória e o esplendor em algum canto do mundo, em algum instante da vida ou em algum momento após a morte, mas ele não conta os dias para isso, nem sequer consulta o relógio, embora para ele, o momento desse encontro seja a grande magia da sua existência.

Amor incondicional é de uma elegância imensurável, de uma postura invejável e de uma personalidade única.

Felizes daqueles que são merecedores de serem amados incondicionalmente e mais felizes ainda, aqueles que se permitem amar assim, porque são eles os grandes heróis da vida.
Infelizes daqueles que não conseguem perceber quando despertam esse tipo de amor, que não têm a sensibilidade de sentí-lo ao seu redor e valorizá-lo independente do que podem oferecer a ele.

Amar incondicionalmente é uma arte.
Ser amado assim, um presente divino.


*Recebi este texto por e-mail, de um amigo do orkut, sem identificação do autor

Sunday, February 19, 2006

Quero você
Quero seu sotaque invadindo minha alma
Suas mãos percorrendo meu corpo
Acariciando-me com palavras
Quero tremer pensando estar em seus braços
Gemer de prazer
Quero minha respiração acelerada por você
Meu coração batendo forte
Pernas a tremer
Quero meu sexo pulsando
No cio
Excitada
Minha calcinha molhada
Quero o charme de sua timidez
Seu rosto rubro
Envergonhado
Pelos desejos meus...


*desconheço o autor




Saturday, February 18, 2006




















Eu tava aqui tentando não pensar no seu sorriso
Mas me peguei sonhando com sua voz ao pé do ouvido
E te liguei
Me encontro tão ferida, mas te vejo aí também em carne viva
Será que não tem jeito?
Esse amor ainda nem nasceu direito pra morrer assim

Se você pudesse ter me ouvido um pouco mais
Se você tivesse tido calma pra esperar
Se você quisesse poderia reverter
Se você crescesse e então se desculpasse
Mas se você soubesse o quanto eu ainda te amo
É que eu não posso mais

Não vou voltar atrás
Raspe dos seus dedos minhas digitais
Não vou voltar atrás
Apague da cabeça o meu nome, telefone e endereço
Não vou voltar atrás
Arranque do teu peito o meu amor cheio de defeitos

Me mata essa vontade de querer tomar você num gole só
Me dói essa lembrança das suas mãos em minhas costas sob o sol
Da manhã
Você já me dizia: conheço bem as suas expressões
Você já me sorria ao final de todas as minhas canções
Então por quê?

*Isabella Taviani

Friday, February 17, 2006


















Um dia disseste que vinhas. Eu acreditei.
Um dia disseste que vinhas. Eu esperei.

Um dia, há muito tempo, num adeus sofrido, disse-te que te ia sentir a falta. Disseste que não. Mas sabias que sim.
Quis saber se seríamos amigos de verdade para sempre. Disseste que sim. Mas sabias que não.

Um dia....ainda no tempo dos segredos, quando até as esperas faziam sentido.

E eu esperei.
Que viesses.

Contei os segundos que se tornaram minutos, que galgaram o tempo e se transformaram em horas. Horas moles, como todas as de quem espera. Como se o tempo corresse tão devagar para nós, que esperamos. As horas viraram dias... e eu nem reparava que a Primavera já tinha iniciado a sua transformação. Distraída por esperar por ti.
Ou esperava por nós. Nós que nunca o fomos e eu que só queria sermos capazes de sermos nós.

E a Primavera tornou-se Verão. E os dias viraram longos e as noites que nunca mais terminaram. Sempre à espera.

Já não havia pôr do sol, nem bosques encantados, nem vales, nem montanhas, nem príncipes... Já não haviam palavras nem letras nem poemas. Já não havia uma chuva miudinha... já não havia um farol nem ondas no mar. Tudo mudou enquanto eu remoía em mim um sentimento, devagarinho.

Fiz tudo errado.

Tive coragem. Liguei.
Tu não vieste. Nem nesse dia, nem nunca mais...
E eu acreditava que um dia...um dia...

Hoje já não acredito. Não posso. Não consigo.
As palavras, por si só, de nada valem.... e eu queria tanto acreditar outra vez!
Como quis acreditar um dia, em ti. E nessa busca para te acreditar, passou a Primavera...

E eu à tua espera... quando tu já eras ausência.
Esperando que fosses embora sem partires, que te guardasse para sempre em mim. Já sem doeres.

Um dia que sem nada ter, te quis. Faz um dia uma eternidade...Um dia que me perdi algures em mim.

E mesmo assim perguntei:- gostas de mim?

Disseste que sim.
Hoje eu sei que não...

*Rakel


"Eu quero ser sua namorada,
quero ser sua mulher amada,
quero ser sua vagina alada,
quero ser sua boca descarnada no beijo,
quero ser sua comida no madrigal desejo,
quero ser seu beija-flor tatuado no peito,
quero ser sua linha pra você me costurar no torvelinho da paixão,
quero ser o teu quadro em permanente exposição,
quero ser o teu monte pra você escalar,
quero ser a tua fonte pra você se embriagar,
quero ser teu arco-íris para você reluzir,


quero ser a tua estrela pra você piscar para mim,
quero ser o teu champagne para borbulhar no seu nariz,
quero ser as árvores seculares para descansar a tua exaustão,
quero ser a tua casa para você percorer,
quero ser o teu sorriso para eu me espelhar nos seus olhos,
quero ser o teu amanhecer emaranhado em tuas pernas e braços,
quero ser o seu tudo, comer a chave, e nunca, nunca mais temer a saída."



*desconheço o autor

Wednesday, February 15, 2006

















Sei de cor cada lugar teu
atado em mim, a cada lugar meu
tento entender o rumo que a vida nos faz tomar
tento esquecer a mágoa
guardar só o que é bom de guardar

Pensa em mim protege o que eu te dou
Eu penso em ti e dou-te o que de melhor eu sou
sem ter defesas que me façam falhar
nesse lugar mais dentro
onde só chega quem não tem medo de naufragar

Fica em mim que hoje o tempo dói
como se arrancassem tudo o que já foi
e até o que virá e até o que eu sonhei
diz-me que vais guardar e abraçar
tudo o que eu te dei

Mesmo que a vida mude os nossos sentidos e
o mundo nos leve pra longe de nós
e que um dia o tempo pareça perdido
e tudo se desfaça num gesto só

Eu vou guardar cada lugar teu
ancorado em cada lugar meu
e hoje apenas isso me faz acreditar
que eu vou chegar contigo
onde só chega quem não tem medo de naufragar

*Mafalda Veiga

Tuesday, February 14, 2006



























Nosso amor desgastou
assim como roupa mal usada

como a areia depois de um dia de sol.


Nosso amor pereceu

De uma doença incurável

De uma dor tão profunda.

que nenhum remédio soube abrandar.


Nosso amor cansou

de caminhar sem saber

onde chegaria sem sua eira

e beira em busca de sombra pra se esconder.


Nosso amor adoeceu

e os médicos de plantão

adormeceram em sua missão.


Nosso amor fracassou

Nos apelos constantes

Nos gritos abafados

Nos beijos não dados

Abraços esquecidos

Nosso amor ... acabou.


*M. Nilza






Monday, February 13, 2006


















"Dá-me um Beijo
Amor.
Derramar pelos teus lábios o batom que tenho nos meus.

Que a tua saliva se misture na minha.
Que a minha língua se faça refém.
Prometo guardar o teu paladar
sem o dar a provar
a alguém.

Só assim
longe
ausente
distante

trancada no quarto
e em solidão

posso sentir o teu sabor.
Ao fazer Amor na palma da mão."


Sunday, February 12, 2006

















"Quero-me frágil, diante das tuas
premências.
Quero a tua fome devorando
as minhas defesas,
tuas mãos invadindo
meus espaços,
teus dentes marcando a minha carne
e tua língua lanhando meus segredos.
Vê...
Não quero a paz, não necessito
de paradeiros, dispenso as bússolas
e os sinais.
Não importa se me perco,
nem precisas ter cuidado.
Quero o que, em mim,
já quase esqueço:
quero as brasas, os dentes,
o grito, os riscos, os paradoxos.
Seca-me a boca, a ausência
da tua saliva, da tua seiva,
dos teus humores.
Quero a fome do teu beijo,
os teus dedos fecundando
os meus anseios,
teus dentes tatuando
minha pele de desejo.
Quero que, em mim,
floresçam brotos, rebentem flores
e que minha alma multiplique-se
em pétalas e asas.
Então, vem...
Que teus passos não demorem
a denunciar-te.
Para encontrar-te, eu me fiz assim,
pronta e plena, terra fértil, mulher,
poema..."




Saturday, February 11, 2006






















"O teu riso

Tira-me o pão, se quiseres,
tira-me o ar, mas não
me tires o teu riso.

Não me tires a rosa,
a lança que desfolhas,
a água que de súbito
brota da tua alegria,
a repentina onda
de prata que em ti nasce.

A minha luta é dura e regresso
com os olhos cansados
às vezes por ver
que a terra não muda,
mas ao entrar teu riso
sobe ao céu a procurar-me
e abre-me todas
as portas da vida.

Meu amor, nos momentos
mais escuros solta
o teu riso e se de súbito
vires que o meu sangue mancha
as pedras da rua,
ri, porque o teu riso
será para as minhas mãos
como uma espada fresca.

À beira do mar, no outono,
teu riso deve erguer
sua cascata de espuma,
e na primavera, amor,
quero teu riso
como
a flor que esperava,
a flor azul, a rosa
da minha pátria sonora.

Ri-te da noite,
do dia, da
lua,
ri-te das ruas
tortas da ilha,
ri-te deste grosseiro
rapaz que te ama,
mas quando abro
os olhos e os fecho,
quando meus passos vão,
quando voltam meus passos,
nega-me o pão, o ar,
a luz, a primavera,
mas nunca o teu riso,
porque então morreria."

*Pablo Neruda, postado no meu mural do orkut por alguém muito especial...


Friday, February 10, 2006




















"Quando me mostrei a ti

Não me viste, ou viste quase nada
Mesmo que eu te tenha mostrado caminhos
Agora já não quero teus olhos em mim
Mas, vejo que eles estão em toda parte

Quando me dei a ti
Não me tomaste, ou me tomaste quase nada
Mesmo que eu te tenha entregado meus sentidos
Agora já não quero que me tenhas
E me roubas pedaços sem que eu te permita

Quando a ti, dei meus sonhos...
Quando a ti, dei meu sorriso...
Quando a ti, dei minha verdade...

E mesmo assim, ainda estás aí
Olhando-me sem me ver
Espreitando-me sem entender
Há olhos teus em toda a parte
Olhos cobertos, disfarçados
Por quê?"

Thursday, February 09, 2006



















Vivendo por viver

Sem motivo vou vivendo por aí por viver
Meus valores tão confusos reprimidos por você
Troco passos sem sentido pelas ruas sem saber aonde ir
E viver já nada mais significa
Até já me esqueci.

Volto para casa onde eu procuro me esconder
De pessoas que acreditam meus problemas resolver
Mas eu insisto em cultivar sua presença
Mesmo sem você saber
E ainda espero a cada dia sua volta
É só você querer.

As lembranças me chegam sempre em noites tão vazias
E mexem tanto com minha cabeça
Que quando o sono vem o dia já nasceu
A distância me tira pouco a pouco a esperança
De ter você comigo novamente
E reviver aquele nosso grande amor.

Tantos planos, sonhos, feitos em pedaços por você
Que tolice tanto amor desperdiçado por nós dois
E na solidão me agarro a qualquer coisa
Que ainda resta desse amor
Pra sentir sua presença novamente
Seja como for.

*Roberto Carlos

Wednesday, February 08, 2006



















Passo por ti

Tu nem me vês
Só mais um dia.. amanha talvez

E fico à espera
De ver em ti
O sentimento.. que trago dentro de mim

Mas eu só posso imaginar
O que podia ser
Se eu te pudesse abraçar
Se eu te pudesse ter

Secretamente à espera de um gesto, de um sinal
Secretamente tentando saber se dás por mim, afinal
Secretamente à procura de um toque, de um olhar
Secretamente tentando saber..
Se algum dia os nossos mundos se irão cruzar

Qual o caminho
Que irá dar, a esse teu mundo
Onde eu queria entrar.
E tantas vezes, eu já sorri
Só por lembrar-me
Só por pensar em ti

E eu só posso imaginar
O que podia ser
Se eu te pudesse abraçar
Se eu te pudesse ter..

Secretamente á espera de um gesto, de um sinal
Secretamente tentando saber se dás por mim afinal
Secretamente à procura de um toque, de um olhar
Secretamente tentando saber
Se algum dia os nossos mundos se irão cruzar...!

(Voz: Rita Guerra/Letra: Paulo Martins)

Monday, February 06, 2006













Eternamente Sua

Serei eternamente sua pois,
só tu conheces meu cheiro,
meu gosto e meu corpo.
Tu podes me magoar,
me fazer calar e,
ainda assim serei eternamente sua.
Deixarei que beijes outras bocas,
que toques outros corpos,
que sintas o prazer de outros gemidos
e que conheças o íntimo de outros seres.
Deixarei.
Para ter a certeza de que
voltarás e que entenderás que
quando beijaste outra boca
– era a minha que tu querias,
que quando tocaste outro corpo
– era o meu que querias tocar,
que quando sentiste o prazer de outro gemido
– era o meu que querias sentir e, que,
finalmente, quando conheceste
o interior de outro ser
– era o meu interior que tu buscavas
em tuas infinitas procuras.
Deixarei-te livre, para teres a certeza
de que és meu e, assim voltar
com a certeza de que ficarás.
E então, depois de tantas buscas infindas suas,
revelarei-te que estava a sua espera,
assim como sempre estive.
E seremos eternamente nós.

*
Tatiana V. Mattos


Sunday, February 05, 2006

Renovada...depois de uma semana na praia...
Mesmo não entendendo alguns sinais, me permito voar em direção a voz que insiste em me levar pra junto dela... Iemanjá me ensina a compreender melhor as situações... começou a era de separar o joio do trigo... muitas mudanças serão sentidas... novos acontecimentos... eu estou me desprendendo de todos os vícios e manias... pessoas que não querem me entender e pelas quais não faço mais tanta questão de me fazer compreendida... deixando as pessoas pensarem o que quiserem... não me importa se acreditam em mim ou não... chega de me preocupar com quem não merece...chega de acreditar em falsas promessas...de compartilhar sentimentos que não conseguem sair do papel... A partir de agora, importa a minha lealdade e fidelidade com que sinto... quero cuidar mais de mim...me entregar ao único sentimento que capta o melhor do ser humano... o amor!