Saturday, February 25, 2006

Canção na plenitude



Não tenho mais os olhos de menina
nem corpo adolescente, e a pele
translúcida há muito se manchou.
Há rugas onde havia sedas,
sou uma estrutura agrandada pelos anos
e o peso dos fardos bons ou ruins.
(Carreguei muitos com gosto e alguns com rebeldia.)

O que te posso dar é mais que tudo
o que perdi: dou-te os meus ganhos.
A maturidade que consegue rir
quando em outros tempos choraria,
busca te agradar
quando antigamente quereria apenas ser amada.

Posso dar-te muito mais do que beleza
e juventude agora: esses dourados anos
me ensinaram a amar melhor,
com mais paciência e não menos ardor,
a entender-te se precisas,
a aguardar-te quando vais,
a dar-te regaço de amante e colo de amiga,
e sobretudo força — que vem do aprendizado.

Isso posso te dar: um mar antigo e confiável
cujas marés — mesmo se fogem — retornam,
cujas correntes ocultas não levam destroços
mas o sonho interminável das sereias.

*Lya Luft

2 comments:

Anonymous said...

Saciados de prazer....

Nossos corpos além do desejo... Nossos lábios que tocam a pele quente e arrepiada... Mãos vorazes que exploram pontos sensíveis, Carícias quentes que nos levam ao delírio. Bocas que sussurram, lábios que beijam Línguas que arrancam suspiros e que levam à loucura... Eu, você... uma paixão envolvente, Um desejo que nasce de dentro do corpo E que aflora através da pele, um desejo que entorpece Que leva os nossos pensamentos para um lugar distante, Um sabor de pele suada, um gosto de você na boca... Um querer estar presente mesmo estando ausente Um jeito faceiro de fazer amor, de envolver... A vontade louca de sentir você, O desejo inebriante de sentir seu toque As mãos que buscam seu corpo em meio aos lençóis O corpo que treme, a voz que geme, grita. E finalmente ... nossos corpos saciados de prazer....

Anonymous said...

"Quando se ama, não é preciso entender o que acontece lá fora, porque tudo passa a acontecer dentro de nós." Paulo Coelho