Friday, February 10, 2006




















"Quando me mostrei a ti

Não me viste, ou viste quase nada
Mesmo que eu te tenha mostrado caminhos
Agora já não quero teus olhos em mim
Mas, vejo que eles estão em toda parte

Quando me dei a ti
Não me tomaste, ou me tomaste quase nada
Mesmo que eu te tenha entregado meus sentidos
Agora já não quero que me tenhas
E me roubas pedaços sem que eu te permita

Quando a ti, dei meus sonhos...
Quando a ti, dei meu sorriso...
Quando a ti, dei minha verdade...

E mesmo assim, ainda estás aí
Olhando-me sem me ver
Espreitando-me sem entender
Há olhos teus em toda a parte
Olhos cobertos, disfarçados
Por quê?"

1 comment:

Anonymous said...

AFINIDADE

Não é o mais brilhante,
mas é o mais sútil,
delicado e penetrante dos sentimentos.
Não importa o tempo, a ausência,
os adiantamentos,
a distância, as impossibilidades.
Quando há AFINIDADE,
qualquer reencontro retoma a relação,
o diálogo, a conversa,
o afeto, no exato ponto
de onde foi interrompido.

AFINIDADE é não haver
tempo mediante a vida.
É a vitória do adivinhado sobre o real,
do subjetivo sobre o objetivo,
do permanente sobre o passageiro,
do básico sobre o superficial.

Ter AFINIDADE é muito raro,
mas quando ela existe,
não precisa de códigos
verbais para se manifestar.
Ela existia antes do conhecimento,
erradia durante e permanece depois que as
pessoas deixam de estar juntas.

AFINIDADE é ficar longe,
pensando parecido a
respeito dos mesmos fatos que
impressionam, comovem, sensibilizam.

AFINIDADE é receber o que vem
de dentro com uma aceitação
anterior ao entendimento.

AFINIDADE é sentir com.
Nem sentir contra, sem sentir para.
Sentir com e não ter necessidade de
explicação do que está sentindo.
É olhar e perceber.

AFINIDADE é um sentimento singular,
discreto e independente.
Pode existir a quilômetros de distância,
mas é adivinhado na maneira de falar,
de escrever,
de andar,
de respirar.....

AFINIDADE é retomar a relação
no tempo em que parou.
Porque ele (tempo) e
ela (separação) nunca existiram.
Foi apenas a oportunidade dada (tirada)
pelo tempo para que a maturação
pudesse ocorrer e que cada
pessoa pudesse ser cada vez mais.

- Artur da Távola -