Monday, March 13, 2006

Aos que comungam do meu corpo, o prazer da minha carne, meus suspiros embevecidos, meus grunhidos, minhas unhas, meus gemidos, minhas taras, meu gozo, meu suor, um pouco de saliva e seu gosto impresso em minha língua enquanto dura a lambida. A eles, sorriso asséptico, bom dia, como vai.

Ao que comunga da minha alma, tudo isso e sua tradução, todos os instantes do peito, inspiração, fagocitose, ressurreição por overdose, minha mão em fim de tarde, meu colo para deitar, poemas escritos sobre a pele, minha comida, minha cama, minha casa e tudo para lembrar. A ele, olhar guardado entre sedas e esmeraldas, silêncio que me explica.

*Ticcia

4 comments:

Anonymous said...

A uma mulher amada

Ditosa que ao teu lado só por ti suspiro!
Quem goza o prazer de te escutar,
quem vê, às vezes, teu doce sorriso.
Nem os deuses felizes o podem igualar.

Sinto um fogo sutil correr de veia em veia
por minha carne, ó suave bem-querida,
e no transporte doce que a minha alma enleia
eu sinto asperamente a voz emudecida.

Uma nuvem confusa me enevoa o olhar.
Não ouço mais. Eu caio num langor supremo;
E pálida e perdida e febril e sem ar,
um frêmito me abala... eu quase morro ... eu tremo.

*Safo

Anonymous said...

Quero lhe beijar a boca

Quero lhe beijar a boca
morder seus lábios
e brincar sua língua na minha.
Quero lhe beijar a nuca
lhe arrepiar inteira
encostar meu peito no seu
até os corações se compassarem
as mãos entrelaçadas suarem.
Quero um abraço eterno
de guardar seu cheiro na minha pele.
Quero me queimar no fogo
desse nosso encontro.

Anonymous said...

Oi Môni, to aqui na visita diária, um dia postando, n'outro só olhando, ouvindo, mas sempre presente, sempre lembrando de ti.

Anonymous said...

"Deixa o teu corpo entender-se com outro corpo.
Porque os corpos se entendem, mas as almas não." -Mário Quintana