Wednesday, May 24, 2006


"Esconde-se dentro de mim um gigante. Que grita, chicoteia e maltrata. Pisa com enormes pés a folhagem verde. Ri desdenhoso. É o meu gigante vaidoso, a balançar os cabelos formando ventania. mEU. Super-ego de mim mesma. Que debocha das mazelas da vida e as enfrenta de peito aberto. Há em mim este ser que briga e se impõe. Para fazer valer a passagem por aqui. Há em mim uma criança. Um ser pequenino que chora amedrontado. Que estica os braçinhos a pedir colo e carinho. Um pequeno ser que precisa de amor. Que sente medo perante os acontecimentos. Se esconde debaixo da cama durante as tempestades. E sonha com algodão doce para lambuzar-lhe os dedos. Há em mim esta mulher. Carinhosa. Impulsiva. Amorosa. Dominadora. Que conhece jardins e caminhos flóreos. Corredores escuros e camas vazias. Que ama e sonha. Apaixonada pela natureza e pelo dono de seus olhos. Que vive como se não houvesse amanhã. E pensa que para morrer basta estar vivo. Por isso tem as emoções a flor da pele.
Para cantar e encantar.


*Nefertari

1 comment:

Anonymous said...

Neste momento queria ser capaz
de ter as palavras certas para escrever o que me vai na alma.

O conjugar do amor...

Descobrimos coisas
que ninguém mais sabe.

Coisas diversas do saber comum.

A transfusão que existe no beijar
quando a ternura é líquida.

e a transparência
opaca
do suor
quando o amor é feito.

E o jeito que nos fica
de namorar o corpo.

E o exagero em tudo que se diz
nas juras repetidas.

Descobrimos coisas
que ninguém mais sabe
e que aprendemos juntos

Descobriremos mais e mais
a cada dia mais o que a vida
nos reservou

Aspiro o ar que me envolve,
que me leva a ti e concluo
que o breve espaço que nos
separa está por acabar