Wednesday, May 31, 2006

Cada vez que olho a porta, ainda espero vê-la abrir-se e surgires no umbral. Com o teu sorriso. A tua voz cálida. Tento fingir que apenas estás fora e que voltas um destes dias, de surpresa. A saudade aperta... Quero lembrar-me de tantos momentos, de tantos gestos. Eles surgem de forma atropelada, sem sequência. Mas instalam-se no meu pensamento e acompanham-me sempre. Todos os dias. Todas as horas. Todos os minutos. Dentro de mim. No pensamento e no coração. Terás um sorriso. Mesmo que seja um sorriso triste. E repito agora o que tantas vezes direi ainda.

Amo-te tanto, Pai…



Tuesday, May 30, 2006

Hoje eu gostaria de profanar teu templo. Ser herege, imoral com teus costumes. Gostaria de vestir-me de vermelho-pecado para sacudir-te os instintos. Eu queria sentar-me sobre tuas pernas, trocar-te as vestes por minha pele. Redesenhar os teus sentidos, morder-te a paz. Eu hoje beberia vinho no cálice sagrado de tua morada; entoaria cânticos e tocaria harpa com teus pêlos. Seduziria tua lucidez, transformaria tuas horas em meus dias inteiros. Hoje eu apagaria as luzes e deixaria o cheiro íntimo do meu perfume inebriar-te. Fingiria-me louca, ébria, solta. Dançaria pelada na mesa da tua santa ceia. Seria tua cortesã, tua vadia, comeria com as mãos e lambuzaria a tua geografia. Sorveria toda a tua seiva, gritaria os teus prazeres e removeria meus pudores. Hoje eu tragaria todo o teu ar, grudaria teu corpo ao meu e me desprenderia da gentileza. Mandaria-te apertar-me, beijar-me, profanar-me também; até que o dia terminasse, e ao cair da noite, fatigados adormecêssemos...

*Nefertari



"Quero ser a tua pele, o sangue que te corre nas veias, percorrer-te, tocar-te e fazer parte de ti, quero ser a tua manhã quando acordas depois de um sonho a dois, e a tua noite quando te deitas e repousas dentro de mim.
Quero ver-me dentro dos teus olhos, quando me fazes brilhar de prazer, e me apagas a luz com o teu corpo, quero beber da tua boca beijos teus, de sabores doces e salgados, de ti e de mim misturados, quero ser o borbulhar, o arrepio que sentes quando as tuas mãos tocam os meus seios, quero ser os murmúrios que deixas escapar entre carícias e ternuras que a minha língua te oferece.
Hoje quero estar no fim da contagem decrescente de um orgasmo teu, e abraçada a ti, quero contar em uníssono as doze badaladas que anunciam o fim deste sonho, e o começo de outro mais intenso."



Sunday, May 28, 2006

Sinto-te por minhas mãos
E dentes.
Como se teus fluidos escorressem-me
Bem quentes.


Meu corpo caudaloso,
Rios.
E em poética se lança,
Riscos.



A pele morena,
Pura.
Os beijos sem-vergonha,
Censura.


Furta-me o fôlego,
Sentidos...
As mãos por minhas coxas,
Caminhos.

Derrete-me o gelo,
Segredos.
Constantes desencontros,
Degredos.

Eu e você.


*Nefertari, adaptado




"Chegastes à minha vida com o que trazias, feita de luz e pão e sombra, eu te esperava, e é assim que preciso de ti, assim que te amo, e os que amanhã quiserem ouvir o que não lhes direi, que o leiam aqui e retrocedam hoje porque é cedo para tais argumentos. Amanhã dar-lhes-emos apenas uma folha da árvore do nosso amor, uma folha que há-de cair sobre a terra como se a tivessem produzido os nosso lábios, como um beijo caído das nossas alturas invencíveis para mostrar o fogo e a ternura de um amor verdadeiro."


*Pablo Neruda


Saturday, May 27, 2006



E se eu te disser me inaugura, me inicia, me estréia nova e viva, me desvirgina pra vida, me traz de volta à tona, tu me trarias? Se eu te pedisse para me fazer tua, para seres meu, se eu te implorasse a minha entrega inexorável a bem de ti mesmo, tu te sentirias à altura dos meus cimos, dos meus cumes, te arriscarias entre os meus despenhadeiros, nas corredeiras dos meus rios, nas profundezas dos meus oceanos? Tu serias grande o suficiente para me acolher nos braços, fazer de mim tua fêmea, cobrir os meus cios, matar minha fome, me fazer bastar? Sim, há o que temer. Mas há o que gozar, o que parir, o que andar, o que sonhar, o que sofrer, o que amar, o que viver. Se eu te pedisse permissão para te amar, tu me darias?

*Ticcia

Thursday, May 25, 2006



"Não há mais como negar...
Não dá mais pra resistir...
Ao seu encontro vou voar...

Não dá mais para fugir...



Vou me soltar, enfeitiçar
com sua volúpia, suas falas...
me atormentar com seus segredos,
me embrenhar no seu enredo
Vou agora e vou sem medo....

Mas vou sem pressa,
e chegar devagarinho...
com ternura e carinho
me apossar de você todo...
do seu corpo e seu espí­rito,
do menino ao homem...
esse pedaço inusitado nascendo em mim...

Vou cessar os seus apelos,
esquecer todo receio,
e te invadir gostoso,
te tocar suavemente,
escorregar na sua pele,
te afundar no meu ventre...

Em cada caricia,
cada arranhão,
vou arrepiar pêlos e poros,
fazer brotar seu cheiro, seu suor,
e tudo o que te distingue
como o senhor do meu coração.

Vou desarrumar você...
seu tapete,
suas panelas,
seus lençóis,
seus cabelos,
sua cabeça obstinada...

Só para depois ter o prazer
de te refazer inteiro..."


Wednesday, May 24, 2006


"Esconde-se dentro de mim um gigante. Que grita, chicoteia e maltrata. Pisa com enormes pés a folhagem verde. Ri desdenhoso. É o meu gigante vaidoso, a balançar os cabelos formando ventania. mEU. Super-ego de mim mesma. Que debocha das mazelas da vida e as enfrenta de peito aberto. Há em mim este ser que briga e se impõe. Para fazer valer a passagem por aqui. Há em mim uma criança. Um ser pequenino que chora amedrontado. Que estica os braçinhos a pedir colo e carinho. Um pequeno ser que precisa de amor. Que sente medo perante os acontecimentos. Se esconde debaixo da cama durante as tempestades. E sonha com algodão doce para lambuzar-lhe os dedos. Há em mim esta mulher. Carinhosa. Impulsiva. Amorosa. Dominadora. Que conhece jardins e caminhos flóreos. Corredores escuros e camas vazias. Que ama e sonha. Apaixonada pela natureza e pelo dono de seus olhos. Que vive como se não houvesse amanhã. E pensa que para morrer basta estar vivo. Por isso tem as emoções a flor da pele.
Para cantar e encantar.


*Nefertari
























A minha Dor é um convento ideal
Cheio de claustros, sombras, arcarias,

Aonde a pedra em convulsões sombrias
Tem linhas dum requinte escultural.
Os sinos têm dobres d’agonias
Ao gemer, comovidos, o seu mal...

E todos têm sons de funeral
Ao bater horas, no correr dos dias...


A minha Dor é um convento.
Há lírios dum roxo macerado de martírios,
Tão belos como nunca os viu alguém!
Nesse triste convento aonde eu moro,
Noites e dias rezo e grito e choro!
E ninguém ouve... ninguém vê... ninguém...


Há sonhos que ao enterrar-se,
Levam dentro do caixão
Bocados da nossa alma,
Pedaços do coração!


*Florbela Espanca




Monday, May 22, 2006


Os limites entre as pessoas são difusos.
O contato humano não se limita ao físico,
quando você pensa nas pessoas e elas
pensam em você, esse ato gera sensações
tão ou mais reais do que se você as estivesse tocando...





Sunday, May 21, 2006

Desejo-te...

Espero-te...


Invada-me...

Sinta-me...

Sou tua!!!!




Saturday, May 20, 2006


Respondo-te como se respirasse ao pé da tua janela.
Como se te olhasse num siêncio cúmplice
Como se te beijasse de olhos fechados
Como se te tocasse de mãos abertas




Deixas-me com todas as palavras que conheço
com os medos do escuro
onde não estás
procuro a tua vontade no meu corpo
preciso da tua inquietação
como uma carícia na minha pele de seda...
desta noite.



Friday, May 19, 2006


"Cola-te a mim e não partas nunca mais. Diz que vais ser feliz comigo do teu lado... E que não mais vais partir o meu tolo coração que não se cansa de te amar. Muda a tua vida para a minha e sintoniza os teus sonhos nos sonhos meus. Dá-me a tua mão e corre comigo no chão de uma vida a dois. Beija-me antes e depois de adormecer e partilha a tua pele com a minha. Diz que nada é mais importante na tua vida do que eu e serei para sempre tua.

Promete-me a felicidade agora e eu prometo-te o mesmo pela vida fora."



Thursday, May 18, 2006

Era feita de flor a nossa agonia
e reverberava pelos acentos que os
nossos dedos comprimiam.
Era feita de estampas que se convergiam
em imagens que nossos olhos molhavam.




Era feito de amor o nosso depois,
suado pelo desejo que a nossa garganta
escondia.
Eram noites que sempre pareciam manhãs
e que eu até me
esquecia de dormir.







Era pouco mais,
era quase sempre,
era tanto.

*Simone Huck



"Contigo quero ser feliz e construir sonhos em mundos perfeitos, mesmo sabendo que a perfeição não existe. Quero correr a teu lado e saltar de nuvem em nuvem, mesmo sabendo que posso cair. Quero voar sem destino e sem medo de me perder ou de ficar sem asas.

Contigo quero procurar e encontrar soluções, mesmo sem saber para que problemas. Quero pintar o céu de azul, mesmo sabendo que a tinta não vai chegar. Quero tirar todos os espinhos às rosas do nosso mar para ninguém se ferir.

Contigo quero apagar a lua enquanto o mundo inteiro acorda. Quero roubar todas as estrelas e soltá-las no nosso céu. Quero que chova muito para te salvar de cada gota. Quero devolver-te todos os beijos só para te pedir de volta. Quero ficar acordada só para te ver dormir. Quero abraçar-te o mais forte que posso e afastar de ti o frio. Quero tocar-te e ter-te dentro de mim.

Contigo quero partilhar a vida!

Apenas contigo..."

Tuesday, May 16, 2006


Eu te murmuro
Eu te suspiro
Eu, que soletro
Teu nome no escuro
Eu, que não digo
Mas ardo de desejo
Te olho
Te guardo
Te sigo
Te vejo dormir


*Chico Buarque

Monday, May 15, 2006


Faz isso por mim. Te estende aos meus pés e me permite despir tuas roupas como se te desvestisse da vida, como se te descalçasse da tirania do impossível. Deixa eu te mapear com os olhos, elaborar calmamente a cartografia do teu território, das tuas veias, das tuas florestas sob o sol que unge esta sala na tarde que se descolou do tempo e flutua rumo ao sempre. Deixa eu ler na tua pele e nos teus pêlos a minha vida toda escrita em braile, todos os motivos pelos quais me soube e cheguei até aqui, a grande explicação dos meus porquês. Permite que eu te banhe com a língua, meus líquidos guardados, meu suor, meus fluidos, que eu deliqüesça sobre teu corpo, que eu me esvaia e deságüe nos teus vales, nas tuas cavernas, nos teus mares. Deixa eu bordar teu rosto com as marcas imprecisas dos meus lábios de espera escarlate, esquecer minhas convicções entre os teus cabelos e recuperar a sanidade na contenção dos teus braços. Permite que eu te cubra com meu corpo, que minhas mãos se percam em tua carne, que minha inspiração sugue o ar que te deixa, que eu beba da tua saliva e me ocupe dos teus cílios, do lóbulo da tua orelha, das rugas dos teus dedos, dos lugares inominados da tua anatomia. Deixa eu me ocupar de ti como se amanhã fosses morrer em meus braços.

*Ticcia


Sunday, May 14, 2006

Imaginação



Imagino alguém perfeito,
E a ele dou olhos e olhar ternos
Dou-lhe boca e palavras francas, doces
Mãos fortes e carinhosas,
Corpo seguro e pés firmes

E nele reconheço traços...

Imagino alguém perfeito
Nele, decisoes precisas
Coragem, determinação,
Sorrisos e lágrimas
Como em uma canção

E nele reconheço traços...

Imagino alguém perfeito
Dou-lhe meus olhos,
Minhas palavras, mãos
Boca,
Meu corpo, minha alma

Sopro-lhe vida
E sua vida é plena
E nele reconheço traços... nele reconheço a mim.

*lualil

Friday, May 12, 2006

"Escorre na boca...
Essa vontade de você...
Esse desejo de você...
Arrepia a pele...
Arrepia a alma...
Por quê?



Surge do nada e do tudo...
do pouco e do muito...
da presença e ausência...
Ah! Essa vontade de você...
Escorre na alma...
Escorre na vida...
no tempo...
Escorre na boca...
Escorre no amor que finjo não existir...
Pára tudo agora!
Vem!
Sentir tudo o que escorre por ti...
Aqui em mim..."



Thursday, May 11, 2006

"Eu queria ser uma carta.
Uma carta inesperada.
Que fosse lacrada dentro de um envelope colorido e perfumado, com cheiro de coisas vividas e passado saudoso.
Uma carta sem data definida, cheia de planos para o amanhã, o depois de amanhã e o depois, o depois...
Escrita com caneta azul.

Porosa, porque desliza facilmente.
Num papel amarelo clarinho pra ficar uma combinação perfeita.
Eu seria uma carta sem nome, sem remetente, apenas com o destinatário


que é você. E você me pegaria na caixinha de correio pendurada no muro da sua casa às dezessete e trinta, hora em que o sol está se pondo. Hora em que o cansaço baixa os olhos e amolece o corpo.
E você com uma ansiedade sem tamanho, me abriria me rasgando do lado direito do envelope. Me pegaria com curiosidade na ponta dos dedos, na mente, na...
Direcionaria essa tua íris linda para mim, só para mim.
E iria me ler do começo ao fim, voltaria uma frase e outra porque não entenderia a escrita deitada que em mim foi rabiscada.
Iria deixar escorregar no canto da tua boca bonita, aquele sorriso lindo e único.
E você me seguraria com cuidado, para não me amassar.
E com uma pressa curiosa nos olhos, você correria a vista já com uma alegria no corpo, e sentiria o carinho entre cada letrinha unida e posta em mim.
Suspiraria sentimentalidades.
Engoliria salivas de orgulho, de mim, de você, de nós...
E agora você me lia mais pausadamente.
Com brilho nos olhos, você derramaria algumas lágrimas sobre mim.
Se misturando com o perfume doce do papel amarelo clarinho.
E no fim da carta...
E no fim de mim...
Você entenderia e me guardaria dentro de caixa velha de sapatos, junto com coisas carinhosas que recebera de alguém especial em um dia qualquer, e me tatearia por mais uma vez, apenas quando a saudade viesse. "



Wednesday, May 10, 2006




















"E se você puder me olhar
E se você quiser me achar
E se você trouxer o seu lar
Eu vou cuidar, eu cuidarei dele
Eu vou cuidar
Do seu jardim
Eu vou cuidar, eu cuidarei muito bem dele
Eu vou cuidar
Eu cuidarei do seu jantar
Do céu e do mar, e de você e de mim".






Tuesday, May 09, 2006

Na bruma leve das paixões que vem de dentro
Tu vens chegando prá brincar no meu quintal
No teu cavalo peito nu cabelo ao vento
E o sol quarando nossas roupas no varal

Tu vens tu vens
Eu já escuto os teus sinais

A voz do anjo sussurou no meu ouvido
E eu não duvido já escuto os teus sinais
Que tu virias numa manhã de domingo
Eu te anuncio nos sinos das catedrais


Sunday, May 07, 2006

"Quero brincar no teu corpo feito bailarina
Que logo se alucina
Salta e te ilumina
Quando a noite vem
E nos músculos exaustos do teu braço
Repousar frouxa, murcha, farta
Morta de cansaço"

*Chico Buarque

Dentro de mim mora o animal
indômito e selvagem
que talvez te faça mal

talvez uma faísca
relâmpago no olhar
depressa como um susto
me desmascare o rosto
e de repente deixe exposto
o meu pior

em mim germina
uma força perigosa
que contamina
uma paixão vulgar
que corta o ar e que
nenhum poder domina

explode em mim
uma liberdade que te fascina
sopro de vida
brilho que se descortina
luz que cintila, lantejoula
purpurina
fugaz como um desejo
talvez te mate
talvez te salve
o veneno do meu beijo.

*Bruna Lombardi


"Escondo-me atrás das coisas simples, para que me encontres,
Se não me encontrares, encontrarás as coisas,
tocarás o que a minha mão já tocou, os traços juntar-se-ão de nossas mãos, uma na outra."





Saturday, May 06, 2006



Vontade de te encontrar hoje e fazer de conta que as portas não se fecharam na cara do sonho que não ousaste sonhar comigo. Vontade de sentar no mesmo banco e te olhar nos olhos insanamente feliz pelo simples fato de estares ali, olhando dentro de mim enquanto a primavera se inaugura nos galhos daquele ipê. Vontade de ignorar todas as minhas proibições, placas de proibido retornar e jogar água abaixo os esforços para me manter à distância e deitar de novo ao teu lado fingindo que é para sempre, como fiz tantas vezes. Vontade de me embebedar do teu cheiro e cometer atrocidades contra o meu senso de ridículo, contra minha sanidade mental, contra o meu instinto de auto-preservação. Mas não devo. Tu és ainda uma ferida em cicatrização na qual não se deve mexer, um castelo de cartas instável e titubeante com o qual todo cuidado é pouco, uma fera selvagem parcialmente adormecida que não convém cutucar. Imploro pouco convicta para que as horas me dissuadam do incauto propósito, arrefeçam o incêndio dos meus sentidos e façam com que o monstro do desejo de mim não se aperceba. Tarefa árdua: preciso me convencer do contrário de mim mesma.


*Ticcia

Friday, May 05, 2006

"Por vezes, depois das gargalhadas do dia e de se fingir que a vida continua, regressamos a casa, olhamo-nos ao espelho e vemos que afinal a vida parou no dia exato em que perdemos aquele olhar inteiro.Há noites assim. Chegam com uma dor faladora que abre fendas na garganta."






Wednesday, May 03, 2006


Enquanto rabisca no ar algumas estrelas, dentro do seu pensamento toca uma canção pra sentir saudade. Ela sorri e cerra os olhos como quem sonha pra se esconder, mas se esconder de quem? Talvez dela mesmo, quando insistisse em ter aquela sensação de que tudo poderia ser em vão. Só que não é! Porque pra cada manhã existe um re-começo. Voltou a fechar os olhos, pra não pensar mais em nada, encostou as mãos em seu coração e conseguiu sentir a vida girar e pulsar no seu peito.


*Marcella