"Passeando pela vida ao lado da tranqüilidade. Espalhando sorrisos como grãos de areia. Sentindo a calmaria do mar na Alma. Derramando saudade, esperando por palavras doces. No meio de olhares despidos, olhares despretensiosos. Construindo sonhos em meio a promessas silenciosas. Amanhecendo, entardecendo e anoitecendo simplesmente. Fechar os olhos e ter aos pés margaridas e pertencer a um sentimento que permanece em um outro tempo que começa aqui agora."
Thursday, December 07, 2006
Se te sonhei um dia
desaprendi a te saber
de tanto que te esperei e tu não vinhas,
Te esgueiravas por debaixo
de marquises outras que não as minhas
por frestas outras que não as dos meus dedos.
Desaprendi a cor que brincaria no teu sorriso
os nomes dos vaga-lumes dos teus olhos
o cheiro de sândalo e fruta do teu pescoço.
Te vi e não te reconheci e, por pouco,
não me perco de ti.
Não fosse meu nome na tua boca
um salmo,
meu corpo entre teus braços
um pássaro,
tua imagem na minha retina
um bálsamo,
não me teria salvo.
*Patrícia
Tuesday, November 21, 2006
Sou forte a maior parte do tempo e aprendi a chorar sozinha, longe dos olhos do mundo, da curiosidade mórbida e da piedade alheia. Minhas armaduras não são impenetráveis, mas são bem resistentes. Contudo, faz frio e é escuro aqui dentro. Não, não resisto a chuvas e trovoadas, não sou impermeável, nem dura na queda e não raramente preciso - e não acho - um colo. Quanto mais me aproximo do tudo, mais o nada me abraça, quanto mais em direção às estrelas, mais perto do vácuo. De quase te tocar, meus dedos queimam a ausência da tua pele, de tanto de imaginar, meus olhos ardem sem teus contornos, de tanto desejar altura e permanência, despenco rumo ao nunca.
*Ticcia
*Ticcia
Thursday, November 16, 2006
Garimpeira da beleza
Te achei na beira de você me achar
Me agarra na cintura, me segura e jura que não vai soltar
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meios seios, mar partindo ao meio
Não vou esquecer
Eu que não sei quase nada do mar
Descobri que não sei nada de mim
Clara, noite rara, nos levando além
da arrebentação
Já não tenho medo de saber quem somos
na escuridão
Me agarrei nos seus cabelos
Sua boca quente pra não me afogar
Tua língua correnteza lambe minhas pernas
Como faz o mar
E vem me bebendo toda, me deixando tonta de tanto prazer
Navegando nos meus seios, mar partindo ao meio
Não vou esquecer
Eu que não sei quase nada do mar
Descobri que não sei nada de mim
*Maria Bethania
Sunday, November 12, 2006
"Você me fez promessas e eu me entreguei a você
Me deu seu sorriso lindo
Compartilhou seus sonhos, dividiu comigo seus dias
Queria meu corpo e levou mais, muito mais
Levou minha alma
É você que amo, sempre amarei
O amor me cerca e eu o sinto crescer
É pra você, só pra você que escrevo
Que dedico meu tempo, meu amor, minha vida
Tudo que eu necessito nessa vida é ser sua
Tudo que eu quero, vem de você
Invadiu meu pensamento, tirando meu juízo
Levou minha solidão me trazendo a paz
Me livrou das minhas interrogações com respostas
Meu coração soube assim que te vi
Que minha vida nunca mais seria a mesma
Que todos os caminhos seguiam em tua direção
Meu destino é você!
Sua presença é o que torna mágico meus dias
O que sinto por você é o mais verdadeiro sentimento
O que te dou é o melhor que há em mim
Te amo e é pra vida toda..."
Wednesday, November 08, 2006
Convite
Vem me fazer inteira
Vem mudar a criança que fui em feiticeira
sem medo de morrer por suas crenças
Vem fazer da minha fraqueza, força
para enfrentar os meus fantasmas,
e sepultar nessa fogueira os teus.
Vem me transformar em mais
do que hoje sou: mais forte
e mais serena, mais confiante e mais dura
- mas também doce quando precisares.
Vem fazer de mim algo maior do que eu.
*Lya Luft
Vem me fazer inteira
Vem mudar a criança que fui em feiticeira
sem medo de morrer por suas crenças
Vem fazer da minha fraqueza, força
para enfrentar os meus fantasmas,
e sepultar nessa fogueira os teus.
Vem me transformar em mais
do que hoje sou: mais forte
e mais serena, mais confiante e mais dura
- mas também doce quando precisares.
Vem fazer de mim algo maior do que eu.
*Lya Luft
Sunday, November 05, 2006
You're a song
Written by the hands of God
Don't get me wrong 'cuz
This might sound to you a bit odd
But you own the place
Where all my thoughts go hiding
And right under your clothes
Is where I find them
Because of you
I forgot the smart ways to lie
Because of you
I'm running out of reasons to cry
When the friends are gone
When the parties' over
We will still belong to each other
I love you more than all that's on the planet
Movin' talkin' walkin' breathing
You know it's true
Oh baby it's so funny
You almost don't believe it
As every voice is hanging from the silence
Lamps are hanging from the ceiling
Like an old lady tied to her manners
I'm tied up to this feeling
Underneath your clothes
There's an endless story
There's the man I chose
There's my territory
And all the things I deserve
For being such a good girl honey
*Shakira
Wednesday, November 01, 2006
Todas as manhãs, antes de abrir os olhos, desenhar teu rosto pela primeira vez. Depois te olhar e me surpreender com a beleza da tua presença. Ser acordada por seus beijos. Ouvir os passos no corredor e antecipar o abraço, no barulho das chaves na porta. Beijar-te ao sair e saber que voltas dali a poucas horas. Fazer café num ritual bonito e te entregar com um afago na mão. Acordar no meio da noite e cobrir tuas costas geladas, encostar-me a ti pra garantir que te aqueces logo. Pedir teu colo. Ganhar teu colo sem pedir. Ficar na cama aos sábados, acordando meu corpo no teu. Provar tua comida. Arrumar nossa casa. Ir ao supermercado e não se separar pra economizar tempo. Deitar junto contigo e dormir no teu peito enquanto lês. Roubar teu livro e ler ao mesmo tempo. Arrumar tuas roupas, cheirar teu armário. Chorar de feliz. Arrumar flores nos vasos, regar as plantas, dividir a vida nas pequenas e mais importantes coisas. Saudades do que está por vir.
*Ticcia (adaptado)
Monday, October 30, 2006
Saturday, October 28, 2006
Espio-te furtivamente.
Ouço teus passos a se aproximarem.
Esgueiro-me por entre as portas fechadas;
Olho-te pelas frestas.
De surpresa me aproximo;
- Mãos ao alto - Isto é um assalto.
Despe-te e dá-me teu corpo macio.
Depressa!!
Sem barulho e sem reações...
Mas não tenhas medo.
Eu não terei pena de ti.
Entrega-me teus sorrisos, os levarei comigo.
Contrabandearei teu sêmem;
Negociarei tua paixão no mercado negro do meu coração.
Traficarei teu cheiro e me apossarei definitivamente do teu espírito.
Não te defendas;
Isto é um sequestro.
Cortarei parte por parte desse teu olhar matreiro e venderei tua magia.
Não retirarei tua pele;
Mas a deixarei marcada pelas minhas doces torturas.
Arrancarei pedaços de tua alegria e a investirei na bolsa de meus valores.
Levarei tuas lágrimas e farei com elas transações excusas.
Realizarei conversações e negociatas.
Enriquecerei às tuas custas, pois levarei comigo todo o teu conhecimento.
Depois te despirei por inteiro;
Roubando todas as tuas certezas e convicções.
O possuirei sem compaixão.
Levarei comigo teu suor.
Farei com ele pedras preciosas e as venderei aos contraventores.
Escravizarei teu corpo.
Aprisionarei tua mente e me serás servil.
De ti farei meu aio.
Aos meus caprichos obedecerás.
Senão serás vítima de minha ira.
E estarás na mira do meu crime organizado.
Assim, me serás fiel.
Até que as algemas do amor me condenem à felicidade perpétua.
*Nefertari
Wednesday, October 18, 2006
"Louca...
Para sentir teu pêlo,
Retirar tua pele,
Despir nossa saudade,
Arrancar teu cinto e teus sorrisos.
Louca sim,
Por tuas horas passando no meu relógio,
Por teus dedos passeando em meus arrepios,
Por teus espasmos de prazer sobre mim.
Louca,
Por tua razão sem sentido,
Por teus medos engraçados.
Por tua sedução misteriosa,
Por ti."
Monday, October 16, 2006
Átame con fuerza en corto a tu piel
y a no vivir más que
del pan
de tu deseo.
A la medida exacta de tu
peligrosa y honda noche
con la ley
de cada día.
*M.B.
Acelero ou travo
- Pouco importa
Muitas são as maneiras de chegar a ti.
Tudo paira entre os lençóis do meu desejo
E o quente da tua pele.
Sonhar contigo e de olhos abertos,
Enquanto a lua distrai as sombras
(Os olhos sempre foram certeiros)
És - de longe - o que de mais intenso se pode almejar.
*Vanessa Pelerigo
Saturday, October 14, 2006
Ficava pensando em tudo o que acontece, e por dentro sentia a falta, chamou essa sensação de “o vazio pela ausência sentida”. Existem algumas coisas preparadas pela vida que não cabem explicações, mas ela poderia usar sua caixa de palavras e compor a mais bela poesia pra escrever sobre um sonho que ficou interrompido. Por que não lhe deu a chance de explicar? Esse mal-entendido deveria traduzir o fim? Não usaria um ponto final, não dessa vez. E aquilo que ficou? Engraçado como sempre fica alguma coisa por dizer pras pessoas que se quer bem. Ela na verdade nunca gosta do jeito que as coisas terminam. Sentia falta do jeito, da presença e desse começo sem fim. Só lhe resta agora acostumar com essa ausência e desejar os novos dias...
*Marcela Biasi (adaptado)
Friday, October 13, 2006
"É que me perdi em seus olhos.
Fiz de tuas palavras, minha bíblia.
Ilusoriamente escondi-me em um descampado.
Fiz-me arbusto para abraçar teu tronco.
Proteger teu solo.
Um dia o sol não apareceu.
E me descobri sem luz, sem vida.
Crescendo à tua sombra.
Vencendo obstáculos sem os carinhos teus.
Eu que fui raiz.
Hoje sou outono."
Thursday, October 12, 2006
Tuesday, October 10, 2006
Sunday, October 08, 2006
"Ainda há em mim
algo que grita,
que procura por paixão.
Procuro por comodos vãos,
atrás de portas
onde não há ninguém.
Em casas que jamais morei...
Não procuro por quem já amei,
talvez porque nenhum
tenha guardado de mim
algo além do meu sabor
em suas camas.
O meu sorriso,
minha paixão
é o que quero doar...
Mas haverá alguem
disposto a receber?
Aguardo mais um pouco...
Ainda há o porão
a vasculhar..."
Friday, October 06, 2006
"A minha alma está em blue
E quem sabe nesse azul
eu me reencontre
ando tão à flor da pele...
Ardo em febre
de tristeza ou de vontade
de te ver, quem sabe
e minh'alma à flor da pele...
Palavras não bastam
pra descrever o que sinto
absinto na alma
e à flor da pele aflora meu ser
Vontade de ser e de ter
e já não sei
se me exponho ou me fecho
alma em flor pele em cio
Não sei se me revelo ou calo
se silencio ou se falo
se guardo em mim esse amor
pele em cio alma em flor
Eu ando tão à flor da pele..."
Thursday, October 05, 2006
Tuesday, October 03, 2006
Sunday, October 01, 2006
Uma emoção assim só se compara
A tudo que nós já passamos juntos
Nesse quarto em um segundo...
Preciso tanto aproveitar você
Beijar teus olhos, olhar tua boca
Dizer palavras de um futuro bom
Preciso tanto aproveitar você
Beijar teus olhos, olhar tua boca
Ouvir palavras de um futuro bom
Palavras, Palavras, Palavras de um futuro bom...
Palavras, Palavras...
A tudo que nós já passamos juntos
Nesse quarto em um segundo...
Preciso tanto aproveitar você
Beijar teus olhos, olhar tua boca
Dizer palavras de um futuro bom
Preciso tanto aproveitar você
Beijar teus olhos, olhar tua boca
Ouvir palavras de um futuro bom
Palavras, Palavras, Palavras de um futuro bom...
Palavras, Palavras...
Saturday, September 30, 2006
Friday, September 29, 2006
"Encostar os lábios.
Só encostar os lábios...
E ficarem paradas, coladas,
A tua boca e a minha.
E chamar-te com a língua
E a tua responder,
E enroscar-se
E perder-se
E ficar
E esquecer-se,
Num beijo tão longo
De língua e saliva…
E subir por ti,
E escalar o teu rosto,
E dar-te o meu peito
Para tu provares,
Do desejo tanto
Que o mamilo hirto
Dói na tua boca.
E a dor é tão quente
Que contorce o corpo,
Que enrola o corpo,
Que geme prazer.
E a tua mão
Que me surpreende,
Que me toca e prende,
Que me sabe, me pressente,
E adivinha,
Os lugares secretos
Os meus locais calados
Onde a tua mão se aloja
Onde a tua mão se aninha.
E eu assim tão presa entre a tua boca
Que me suga o peito,
Que o morde e o beija
E o acarinha.
E a tua mão
Que me abre o corpo,
E recebe o rio
Que me molha as coxas
Que te molha as coxas
E acaricias."
Só encostar os lábios...
E ficarem paradas, coladas,
A tua boca e a minha.
E chamar-te com a língua
E a tua responder,
E enroscar-se
E perder-se
E ficar
E esquecer-se,
Num beijo tão longo
De língua e saliva…
E subir por ti,
E escalar o teu rosto,
E dar-te o meu peito
Para tu provares,
Do desejo tanto
Que o mamilo hirto
Dói na tua boca.
E a dor é tão quente
Que contorce o corpo,
Que enrola o corpo,
Que geme prazer.
E a tua mão
Que me surpreende,
Que me toca e prende,
Que me sabe, me pressente,
E adivinha,
Os lugares secretos
Os meus locais calados
Onde a tua mão se aloja
Onde a tua mão se aninha.
E eu assim tão presa entre a tua boca
Que me suga o peito,
Que o morde e o beija
E o acarinha.
E a tua mão
Que me abre o corpo,
E recebe o rio
Que me molha as coxas
Que te molha as coxas
E acaricias."
Thursday, September 28, 2006
Wednesday, September 27, 2006
"Não viverei entre cacos de vidro, entre navalhas, entre pontas de lança envenenadas de culpa. O que me pertence nasce e morre comigo, foi inventado em meus olhos e dorme sob mechas dos meus cabelos, se nutre do meu ventre. Não viverei entre víboras, entre escorpiões, entre ratos de lembrança. Não viverei aqui, à míngua, não tenho âncora, tenho asa. Não viverei entre lixo, entre restos, entre escombros do teu passado. O que sinto é profundo mas não traz em si a covardia de uma raiz fincada, sou móvel, líquida, fluida e instável, porque viva. Não viverei entre galhos, entre espinhos, entre as folhas mortas do que descartaste. Não tenho freios, tenho partidas. Não tenho sossego, tenho ardor. Não viverei entre areia, entre pedras, entre abismos de promessas que se foram. Meus trilhos se trifurcam, quadrifurcam... e eu sigo por todos eles. Não viverei entre miséria, água pouca, migalhas de desejo. Minha mesa é farta e eu mesma me darei de comer."
Friday, September 22, 2006
Basta-me um pequeno gesto,
feito de longe e de leve,
para que venhas comigo
e eu para sempre te leve...
mas só esse eu não farei.
Uma palavra caída
das montanhas dos instantes
desmancha todos os mares
e une as terras mais distantes...
palavra que não direi.
Para que tu me adivinhes,
entre os ventos taciturnos,
apago meus pensamentos,
ponho vestidos noturnos,
que amargamente inventei.
E, enquanto não me descobres,
os mundos vão navegando
nos ares certos do tempo,
até não se sabe quando...
e um dia me acabarei.
*Cecilia Meireles
Monday, September 18, 2006
Ardo pela fome das tuas mãos, pela sofreguidão dos teus gestos, pelo desespero da tua boca a percorrer minhas frestas e reentrâncias. Me desnudo fêmea em gosto, pétala e umidade à espera da invasão da tua carne. Quero a posse lasciva da língua, o ritmo insano do corpo porque em mim há um todo de ti que urge, rebenta, lateja, e uma de mim que quando chegas e me cobres e me preenches e me inundas, transborda em ti.
*Ticcia
Tuesday, September 12, 2006
"Nesse físico de um deus grego,
Numa intensa relação,
Eu pálida e bêbada , tremo
E me afogo e me sufoco
Entre loucura e paixao
Quero fundir meu corpo,
No teu corpo junto ao meu.
Nos teus braços serei cega
Pra que sejas o meu guia.
Nos seremos a matéria,
Nosso amor a energia.
Se esse amor me modifica,
Me transforma, me edifica,
Se ele afeta tanto a mim,
também te transformara.
A energia desse amor
Afetou-nos para sempre
E a matéria que hoje somos
Outra amanhã será...
Seremos dois novos amantes
Pelo amor energizados
Transformados,
Mas em que??
Quem eras antes de mim??
Quem sou depois de você??
No meu seio serás meu,
Para o uso que quiser.
Nos teus braços em abandono,
Ao teu lado sou mulher.
Monday, September 11, 2006
"Meus líquidos infestam tua pele e minha carne treme entre teus dentes. Me salvo da asfixia com os goles de ar que saem da tua boca, sugados pelos meus lábios. Escrevo meu nome a saliva na tua barriga, incrusto meus fluidos entre teus dedos, sinto o cheiro do meu sexo na tua boca, ouço tuas palavras escaparem pelos meus lábios, perco meus cabelos em tuas mãos, encontro meu rosto sobre teu peito, me visto de delicadeza e loucura sob teu peso, preencho tuas frestas com a fome da tua inteireza, banhas meus pés com a tua língua, descubro meu prazer emaranhado na tua força, refazes o meu corpo com teus movimentos. Renasço em gozo repleta de ti."
Wednesday, September 06, 2006
"A fome das coisas incertas a que me remete tua voz, fome imprecisa e ambulante que ora tenho nas mãos, ora tenho nos olhos, ora pede-me asas, ora crava raízes no chão. A fome vaga do cheiro dos teus cabelos, a fome oca do teu abraço longínquo, essa fome voraz que devoraria o ar que respiras, a fome triste dos lugares vazios que ocupaste. Fome de dias invividos, fome de antes, fome de quando, fome dos seus guardados embaixo da cama."
*Ticcia
Monday, September 04, 2006
Retrato em Branco e Preto
Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cor
Já conheço as pedras do caminho
E sei também que ali sozinho
Eu vou ficar tanto pior
O que é que eu posso contra o encanto
Desse amor que eu nego tanto, evito tanto
E que no entanto volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes velhos fatos
Que num álbum de retrato eu teimo em colecionar
Lá vou eu de novo feito um tolo,
Procurar o desconsolo
Que eu cansei de conhecer
Novos dias tristes,
Noites claras, versos, cartas
Minha cara, ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isso é pecado
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado
E você sabe a razão
Vou colecionar mais um soneto
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração
*Tom Jobim e Chico Buarque
Friday, September 01, 2006
Não te quero senão porque te quero,
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.
Talvez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.
*Neruda
e de querer-te a não te querer chego,
e de esperar-te quando não te espero,
passa o meu coração do frio ao fogo.
Quero-te só porque a ti te quero,
Odeio-te sem fim e odiando te rogo,
e a medida do meu amor viajante,
é não te ver e amar-te,
como um cego.
Talvez consumirá a luz de Janeiro,
seu raio cruel meu coração inteiro,
roubando-me a chave do sossego,
nesta história só eu me morro,
e morrerei de amor porque te quero,
porque te quero amor,
a sangue e fogo.
*Neruda
Wednesday, August 30, 2006
Metade Ideal
Amei-te porque em ti, minha impetuosidade encontrou refreio
Porque tua doçura retemperou a intrepidez dos meus anseios
E tua serenidade mesclou de paz meu turbilhão.
(...)
Amei o encanto da tua fala, a magia do teu sorriso
Amei o teu retrato, a tua prudência e até a tua timidez
Amei o teu jeito único
E mil vezes eu te amaria outra vez.
Humana, também amei o invólucro que aninha teu ser
E assim, amei teu corpo, teus olhos, teu cheiro
Amei em ti o que não morre, e o que em ti, há de perecer.
Já não questiono se tua ausência é um bem ou um mal
Apenas submeto-me passiva, ao traçado do meu destino
Que aparta-me de ti e me priva da minha METADE IDEAL.
*Fátima Irene
Amei-te porque em ti, minha impetuosidade encontrou refreio
Porque tua doçura retemperou a intrepidez dos meus anseios
E tua serenidade mesclou de paz meu turbilhão.
(...)
Amei o encanto da tua fala, a magia do teu sorriso
Amei o teu retrato, a tua prudência e até a tua timidez
Amei o teu jeito único
E mil vezes eu te amaria outra vez.
Humana, também amei o invólucro que aninha teu ser
E assim, amei teu corpo, teus olhos, teu cheiro
Amei em ti o que não morre, e o que em ti, há de perecer.
Já não questiono se tua ausência é um bem ou um mal
Apenas submeto-me passiva, ao traçado do meu destino
Que aparta-me de ti e me priva da minha METADE IDEAL.
*Fátima Irene
Thursday, August 24, 2006
O meu coração está no meio da ponte
e tem o tamanho de uma violeta por arrancar.
É vagalume no casulo das tuas mãos,
que trinca as horas e assusta o tempo.
É janela para a calçada em pedra,
que te acaricia o pé esquerdo
e dá passagem às amendoeiras
que te crescem nos olhos.
É poesia que bate no teu peito,
é coroa trifásica de flor em punho,
que se descasca e mergulha no mar
à espera de – no fundo – te encontrar.
e tem o tamanho de uma violeta por arrancar.
É vagalume no casulo das tuas mãos,
que trinca as horas e assusta o tempo.
É janela para a calçada em pedra,
que te acaricia o pé esquerdo
e dá passagem às amendoeiras
que te crescem nos olhos.
É poesia que bate no teu peito,
é coroa trifásica de flor em punho,
que se descasca e mergulha no mar
à espera de – no fundo – te encontrar.
Wednesday, August 23, 2006
"Estendeu a mão. Tocou o peito. Cheirou a carne. Sentiu o calor. Ele acariciou-lhe as costas. A mão aberta. Atenta. Alerta. Beijou o cabelo. Prendeu-o na boca. A cada carícia se abriam. A cada carícia se fechavam um no outro. Os gestos eram laços e um no outro se prendiam. E a ternura era sólida. O amor era ternura. O desejo era fome. A fome estava nos gestos. E os gestos eram ternura. Na boca um do outro disseram do amor. No corpo um do outro disseram desejo.E a ternura era fogo. Os corpos uniram-se. O suor de um confundiu-se com o suor do outro. E a ternura era líquida. E um no outro a beberam, e um no outro se saciaram. E um no outro se guardaram. Tão juntos que eram uma linha.
Tão juntos que eram um.
A ternura era corpo.
E o corpo era um"
E o corpo era um"
Tuesday, August 22, 2006
Queria estar ao teu lado
agora e apertar bem forte
o teu corpo contra o meu…
O meu corpo preso no teu…
Os nossos corpos fundidos…
Os nossos corpos unidos…
Corpos que se juntam
à procura do prazer.
Corpos que se olham
e que se molham…
Queria ser dona dessa cena
de prazer explicito, inventar
uma posição nova para a teia
do poema que cresce no meio
do desejo de te ter colado a mim.
Queria abafar o teu grito
de prazer com o meu e esconder a tua boca na minha…
A minha boca presa à tua…
O nascer de um beijo
nos lábios que se comem…
Lábios que se encostam
e que se molham…
Queria encenar esta cena
contigo, no meu quarto
habitado por frases poéticas.
Queria ver as tuas forças
dissiparem-se à medida
que o teu prazer aumenta…
Que o meu prazer aumenta…
Que o nosso prazer acaba…
Ver o meu prazer, que aumenta
quando o poema acaba…
Quando acabo um poema."
agora e apertar bem forte
o teu corpo contra o meu…
O meu corpo preso no teu…
Os nossos corpos fundidos…
Os nossos corpos unidos…
Corpos que se juntam
à procura do prazer.
Corpos que se olham
e que se molham…
Queria ser dona dessa cena
de prazer explicito, inventar
uma posição nova para a teia
do poema que cresce no meio
do desejo de te ter colado a mim.
Queria abafar o teu grito
de prazer com o meu e esconder a tua boca na minha…
A minha boca presa à tua…
O nascer de um beijo
nos lábios que se comem…
Lábios que se encostam
e que se molham…
Queria encenar esta cena
contigo, no meu quarto
habitado por frases poéticas.
Queria ver as tuas forças
dissiparem-se à medida
que o teu prazer aumenta…
Que o meu prazer aumenta…
Que o nosso prazer acaba…
Ver o meu prazer, que aumenta
quando o poema acaba…
Quando acabo um poema."
Monday, August 21, 2006
Tuesday, August 15, 2006
Plena mulher, maçã carnal, lua quente...
que escura claridade se abre entre tuas colunas?
que antiga noite o homem toca com seus sentidos?
Amar é uma viagem com água e com estrelas,
com ares sufocados e bruscas tempestades de farinha:
amar é um combate de relâmpagos
e dois corpos por apenas um mel derrotado.
Beijo o teu beijo e recorro ao teu pequeno infinito,
tuas margens, teus rios, teus povos pequenos,
e ao fogo genital transformado em tua delicia.
Corre pelos pálidos caminhos do sangue
até precipitar-se como um cravo noturno,
até ser e não ser senão um raio na sombra.
*Pablo Neruda
que escura claridade se abre entre tuas colunas?
que antiga noite o homem toca com seus sentidos?
Amar é uma viagem com água e com estrelas,
com ares sufocados e bruscas tempestades de farinha:
amar é um combate de relâmpagos
e dois corpos por apenas um mel derrotado.
Beijo o teu beijo e recorro ao teu pequeno infinito,
tuas margens, teus rios, teus povos pequenos,
e ao fogo genital transformado em tua delicia.
Corre pelos pálidos caminhos do sangue
até precipitar-se como um cravo noturno,
até ser e não ser senão um raio na sombra.
*Pablo Neruda
Sunday, August 06, 2006
Divina & Profana
I
ardente
como pecado capital
grita em meu corpo
a louca vontade
de roubar os teus sonhos
e tatuar em teu corpo
meus desejos divinos
II
invado tua razão
e escrevo em tua crença:
o paraíso é logo aqui
onde começa
o meu cio
III
nem puta
nem santa
só dilacerada
pelo desejo de ser boca
na redenção de tua carne
I
ardente
como pecado capital
grita em meu corpo
a louca vontade
de roubar os teus sonhos
e tatuar em teu corpo
meus desejos divinos
II
invado tua razão
e escrevo em tua crença:
o paraíso é logo aqui
onde começa
o meu cio
III
nem puta
nem santa
só dilacerada
pelo desejo de ser boca
na redenção de tua carne
Friday, August 04, 2006
...Tanto que te pienso no te hara mirar, hoy me veo tanperdida por estar tan lejos...
...Lejos de tu amor, lejos de tu corazon, lejos de tu amor y sinsalida, mire ...
Lejos de tu amor, lejos de tu corazon, lejos de tu amor y sinsalida, vuelve...
...Lejos de tu amor, lejos de tu corazon, lejos de tu amor y sinsalida, mire ...
Lejos de tu amor, lejos de tu corazon, lejos de tu amor y sinsalida, vuelve...
Eu acreditei
No teu amor, no teu querer, nos teus sinais
Na dor do teu olhar com medo de não me ver mais
Mas entendi que nos dois somos pontos cardeais
Ligados por um fio imaginário
Mas sempre distantes demais
Eu então me perguntei
Até onde posso suportar?
Até onde quero e me permito violentar?
Pois te amar tanto assim lhe convém
Mas me sangra tão bem
Você parece estar à sombra de uma arvore
Enquanto eu saio pra lutar ao sol
Você parece repousar
Num transatlântico de luxo
Enquanto minhas mãos
Fazem bolhas de tanto remar
Então por que já não me diz adeus
Pra eu parar de cantar...
*Isabella Taviani
Tuesday, August 01, 2006
"Não que ela não guardasse na boca a vontade sedenta. Não. Ele, entretanto, não lhe roubava. Não lhe obrigava. Deixava-se roçar apenas. Um roçar leve de faces e bocas que não se poderia chamar de beijo. Ante-sala, talvez. (...) Nada aconteceria. Só as ameaças. (...) O quase-beijo, o quase-desejo, a quase-carícia. Depois seguiam conversando sobre as coisas triviais da vida de cada um. (...) Silêncios de êxtase. Até que a sede em gritos calou os líquidos das bocas. Ela conferiu-lhe os lábios entre os dentes. Bons. Ele experimentou-a na ponta da língua. Arrepio. Somente quando a palma da mão suave acariciou-lhe a face, ela teve medo. Colocou selo no beijo. Sorriu confusa e continuou de algum ponto a conversa sobre as coisas triviais da vida. Melhor não aprofundar. Nem a conversa. Nem a língua (?)."
*Ane Aguirre
*Ane Aguirre
Sunday, July 30, 2006
Meu coração tropical está coberto de neve
Mas ferve em seu cofre gelado
a voz vibra e a mão escreve mar...
Bendita lâmina grave que fere a parede
e traz as febres loucas e breves
que mancham o silêncio e o cais
Roseirais, nova granada de Espanha
por você, eu, teu corsário preso
vou partir a geleira azul da solidão
me agarrar na mão do mar, me arrastar até o mar
procurar o mar
Mesmo que eu mande em garrafas mensagens por o todo mar
Meu coração tropical partirá esse gelo, irá
Com as garrafas de náufragos e as rosas partindo o ar
Meu coração tropical partirá esse gelo...
*João Bosco