Tuesday, November 22, 2005

"Hoje eu queria ser uma estrela.

Sendo como tantas outras no infinito negro,

não teria essa dor me devorando a alma.

Seria apenas mais uma...igual a todas.

Todas tão conhecidas e reconhecíveis.

Se assim fosse, eu seria compreendida.

E meu mundo não seria um desconhecido breu.

E minha música não seria triste.

Hoje passei o dia pensando

numa maneira de tentar entender a vida...

não nas buscas tão conhecidas pelos meus “eus”.

Não... isso às vezes parece nem ter tanta importância

diante do berro da angústia que explode no meu peito.

Queria buscar o seu “eu”.

Queria mergulhar dentro de você

e te encontrar de novo.

Resgatar momentos felizes que rejuvenescem a alma

e nos fazem cantar e dançar sem música.

Ver passarinhos onde caem pingos de chuva.

Que mundos submersos assustadores existem dentro de nós?

Mundos que nos deixam cegos a outros mundos,

perdidos na incompreensão do universo do outro.

O amor é mágico.

O amor é medo.

O amor é dor.

Queria puxar esse fio que nos separa

e deixar correr o novelo que enrola nosso beijo.

Tirar as agulhas do nosso abraço

e me esquecer em você.

Seria tão imensa minha alegria por ter você de volta,

que eu sorriria novamente.

E me sentiria a dona do mundo...

uma deusa no altar da sua paixão.

Ando na praia solitária dos meus dias.

Nos minutos onde piso

tem cascalhos de vazios que machucam

e sangram meus pés.

As ondas das lembranças

se atiram desiludidas nas pedras frias da realidade...

num lamento sofrido de quem chama o amor de volta.

E ele não vem.

Minha casa já não tem flores...

já não tem jardim.

As luzes se apagaram

e eu já não reconheço mais seu perfume.

Estou perdida,

sem chão, sem calor, sem janelas.

Só quero chorar.

Só quero encostar meu corpo pequeno

e me aconchegar

no desânimo da minha entrega."


1 comment:

Anonymous said...

Contigo aprendi!

Osório