"Hoje eu queria ser uma estrela.
Sendo como tantas outras no infinito negro,
não teria essa dor me devorando a alma.
Seria apenas mais uma...igual a todas.
Todas tão conhecidas e reconhecíveis.
Se assim fosse, eu seria compreendida.
E meu mundo não seria um desconhecido breu.
E minha música não seria triste.
Hoje passei o dia pensando
numa maneira de tentar entender a vida...
não nas buscas tão conhecidas pelos meus “eus”.
Não... isso às vezes parece nem ter tanta importância
diante do berro da angústia que explode no meu peito.
Queria buscar o seu “eu”.
Queria mergulhar dentro de você
e te encontrar de novo.
Resgatar momentos felizes que rejuvenescem a alma
e nos fazem cantar e dançar sem música.
Ver passarinhos onde caem pingos de chuva.
Que mundos submersos assustadores existem dentro de nós?
Mundos que nos deixam cegos a outros mundos,
perdidos na incompreensão do universo do outro.
O amor é mágico.
O amor é medo.
O amor é dor.
Queria puxar esse fio que nos separa
e deixar correr o novelo que enrola nosso beijo.
Tirar as agulhas do nosso abraço
e me esquecer em você.
Seria tão imensa minha alegria por ter você de volta,
que eu sorriria novamente.
E me sentiria a dona do mundo...
uma deusa no altar da sua paixão.
Ando na praia solitária dos meus dias.
Nos minutos onde piso
tem cascalhos de vazios que machucam
e sangram meus pés.
As ondas das lembranças
se atiram desiludidas nas pedras frias da realidade...
num lamento sofrido de quem chama o amor de volta.
E ele não vem.
Minha casa já não tem flores...
já não tem jardim.
As luzes se apagaram
e eu já não reconheço mais seu perfume.
Estou perdida,
sem chão, sem calor, sem janelas.
Só quero chorar.
Só quero encostar meu corpo pequeno
e me aconchegar
no desânimo da minha entrega."
1 comment:
Contigo aprendi!
Osório
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