Tuesday, May 19, 2009

A tua língua-serpente,
açoita os meus sentidos
e alaga os meus pudores.
Tua grandeza cravada em mim,
faz desabrochar a absurda flor
da minha pele.
Dilatados e indecentes,
os meus poros,
tão impregnados da tua saliva
e do teu tato.




Bebes o prazer e te traduzes
na taça do meu ventre.
Cravas a tua indecente
garra na pequenêz
dos meus segredos em brasa.
Vertentes de vento,
furacões,
cataclismas,
tempestade...
De tão tua,
de tão arrebatada e desmedida,
de tão fluida,
transbordo,
e me reinventas.

*Míriam Monteiro



2 comments:

Olhar o mar said...

Nada como o amor para despertar os sentidos e nos sentirmos vida de novo.
Estou feliz por sentir que esse amor paira sobre vc e a poesia se solta.
Um grande abraço e as maiores felicidades são os desejos deste outro lado do mar.
olharomar

Ronaldo said...

a lingua passeia no ceu da boca
todas as sensações
se misturam nas salivas
nos teus dentes
nos meus dentes
que mordem teus lábios docemente
minha boca comprime a tua novamente
as linguas se procuram
se encontram se perdem
nossas bocas ainda se apertam
as mãos percorrem um ao outro
corpos colados
se esfregam ansiosos em chama
querendo se conhecer
as roupas fogem
nossos corpos estão nus
na cama
agora se tocam as peles
se arrepiam
se contraem
as bocas se apertam mais
mãos deslizam
acariciam
descobrem cada espaço
se grudam mais
num abraço se penetram
muitas vezes
sem nenhuma dor
gozam juntos
desfalecem juntos
e morrem de amor