Só por hoje vou rasgar os códigos. Desacato as regras, os preços módicos. Só por hoje desacredito das retas, descarrilho do trilho, desvio das setas. Preciso de tempo pra sonhar, respirar fundo e carregar na mão o sal da vida e o mel do mundo. Se o compromisso tocar a campainha, peço que aguarde na casa vizinha, mansamente, sem fazer alarde. Mas comunico a todos pela imprensa que sumiu a lucidez. Pediu licença. É só por hoje, mas agora é minha vez.
*Flora Figueiredo